Redes abandonadas ameaçam navegação e dão cabo do peixe

barco-pescaHá muitas redes deixadas por pescadores no fundo do mar açoriano, a poucas milhas da costa e mesmo junto à rocha, que colocam em perigo a navegação e dizimam stocks de peixes que poderiam acrescentar rendimento à pesca.

A denúncia foi feita ao Açoriano Oriental pelo capitão do Porto de Ponta Delgada, que aponta a existência de muitas redes no fundo e mais ou menos à superfície “abandonadas, que são um autêntico cemitério para peixes que poderiam ser pescados”.

 

 

Castro Garcia afirma que os pescadores vão exercer a sua actividade perto da costa, atirando as redes mas não as sinalizando devidamente.

 

Frequentemente, a sinalização resume-se a um objecto flutuante em esferovite, que só se vê quando se chega ao local. Resultado: acabam por perder as redes por não estarem bem sinalizadas, ou porque passou por cima delas uma embarcação de maior porte que as inutilizou para a captura de peixe. Mas também há outros casos em que os homens do mar as abandonam porque vêem a Polícia Marítima e põem-se em fuga para não serem punidos por terem artes de pesca ilegais. “Deixam as redes muitas vezes porque as perdem ou porque estão ilegais. Fogem, deixam-nas no fundo ou a meias águas e isso acaba por matar todos os peixes que por ali passam”, sublinhou.

 

 

A existência de denúncias e da própria acção da Polícia Marítima confirmam uma prática generalizada, que afecta sobretudo as embarcações de boca aberta. Os seus tripulantes criam problemas à navegação de outros barcos e até para quem utiliza o mar para fins recreativos, causando ainda a delapidação de recursos marinhos sem gerar qualquer retorno económico. “Os pescadores deixam as suas artes não sinalizadas à superfície, o que é um perigo enorme. Estão preocupados com o benefício a curto prazo, no dia-a-dia, e não estão preocupados com o que estão a matar, abandonando as redes no fundo”, salientou.

 

 

Castro Garcia diz que os pescadores se queixam de haver cada vez menos peixe no mar, mas são eles que contribuem para o “morticínio” de peixes que não servem a ninguém: nem aos consumidores, nem a eles próprios.

 

 

Na verdade, segundo a autoridade marítima, este é um dos “nossos grandes problemas. Pode acontecer junto à rocha, o que é muito grave, e até a uma distância de três milhas e para além disso. A rede não é retirada, fica morta na água e os peixes morrem, com todos os perigos que representa para a navegação”.

 

 

O capitão do Porto de Ponta Delgada anunciou que, durante o primeiro semestre deste ano, já foram detectados sete casos ilegais de embarcações de recreio feitas em casa pelos proprietários, que nunca foram vistoriadas ou receberam licença para navegar.

 

Em 2008, nenhuma situação do género foi registada pela Capitania do Porto.

 

 

 

In Ao

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