Redução da sazonalidade turística é principal desafio do Governo Regional açoriano

A hotelaria nos Açores considerou hoje que o novo Governo Regional tem pela frente o desafio da redução da sazonalidade turística no território e de fazer com que a dinâmica do setor “se possa fazer sentir nas várias ilhas”.
“Penso que o principal desafio que está sobre a mesa, agora, é efetivamente a redução da sazonalidade”, disse hoje à agência Lusa a delegada nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Andreia Pavão.
O novo Governo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tomou posse na segunda-feira.
Segundo a responsável, em termos turísticos, este inverno a região teve “uma redução substancial” dos lugares oferecidos para o principal mercado, que é o mercado nacional, com a redução de voos da companhia aérea Ryanair.
“Já começamos a sentir, a partir do mês de dezembro, a redução de dormidas”, acrescentou.
Ainda de acordo Andreia Pavão, as estatísticas de passageiros apontam para “vários acréscimos” que “têm a ver com o facto de, no caso do aeroporto de Ponta Delgada, estar a ser usado como ‘hub’” e a estratégia da principal companhia, a SATA, em que “há muitos passageiros que vêm de rotas da América do Norte e que prosseguem para vários destinos da Europa e Cabo Verde e afins, mas que não são passageiros, que ficam a registar dormidas” no território.
Mas, acrescentou, “este acréscimo de passageiros, para o setor não é um indicador que seja relevante, porque aqui, o que interessa, no fundo, é quem é que está a deixar valor acrescentado na região, não só em dormidas, como em ‘rent-a-car’, em restauração e animação”.
“E aí, já vimos, a partir de dezembro, esta quebra de dormidas, que está necessariamente associada a esta redução de lugares oferecidos e esta dependência que temos do mercado nacional nesta fase, que está a ser verdadeiramente apoiada pelo facto de estarmos a crescer com o mercado internacional e de mantermos rotas, nomeadamente [para] os Estados Unidos e o Canadá, durante o inverno”, explicou.
Na opinião da delegada nos Açores da AHP, o grande desafio para o setor turístico “é que se possa alargar as acessibilidades que existem durante o verão IATA [sigla inglesa para Associação Internacional de Transporte Aéreo, sendo que o verão IATA compreende os meses de abril a outubro], para se prolongarem para o próximo inverno”.
“Portanto, acho que [para] a tutela deste setor, o principal desafio é efetivamente este. É [que] esta boa performance que nós temos no verão, que se possa alargar ao longo do ano e também que se possa fazer sentir nas várias ilhas e que se estenda a esta mais valia que o turismo traz para todo o território”, salientou.
Para Andreia Pavão, outros desafios para o setor do turismo açoriano são o Plano de Ordenamento Turístico dos Açores (POTRA), “que continua ainda em análise”, e o novo Plano Estratégico de Marketing para o Turismo nos Açores, “que se prevê que fique em fase de implementação durante os próximos anos”.
Quanto à questão da taxa turística que tem sido abordada através da Associação de Municípios, a responsável considerou que o assunto “tem de ser muito bem ponderado e pensado”.
A AHP “tem-se manifestado sempre contra a implementação de taxas deste cariz e mantemos a posição”, disse.
Com a entrada em funções, o XIV Governo Regional dos Açores tem agora até 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura.

 

 

Lusa

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