Região pretende condicionar colheita de amostras para investigação científica

O Governo Regional dos Açores pretende impor a exigência de licença administrativa prévia para a colheita de amostras destinadas a investigação científica em áreas classificadas do arquipélago, alegando a necessidade de proteger “recursos frágeis”.
A proposta de decreto legislativo regional entregue pelo executivo no parlamento açoriano, a que a Lusa teve hoje acesso, prevê também a exigência de licenciamento prévio para a recolha de amostras de espécies ou habitats protegidos ou abrangidos por legislação específica.

“A natureza insular, em conjunto com a ocupação humana e as formas de uso do solo, tornou os recursos [de interesse para a comunidade científica nacional e internacional] muito vulneráveis e limitados, pelo que importa envidar esforços para a protecção e conservação do património natural regional”, refere o preâmbulo desta iniciativa legislativa.

O documento, além de atribuir ao departamento governamental com a tutela da área da Ciência e Tecnologia a competência de atribuição de licenças de recolha de amostras em zonas de acesso condicionado, estabelece também regras quanto à saída do arquipélago dos materiais de investigação que foram recolhidos nas ilhas açorianas.

Entre os procedimentos exigidos para a remessa para o exterior de amostras recolhidas no arquipélago figura a obrigatoriedade de ser acompanhada de documentação específica.

O executivo regional, admitindo o “carácter inovador e até exploratório” das normas propostas, argumenta que o estabelecimento de regras para a utilização dos recursos da região “é o instrumento preventivo ideal” para garantir a sua valorização.

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