Relatório sobre “aterragem dura” aponta para erros na manobra

sata-a320O relatório final do incidente ocorrido em Agosto de 2009 com um Airbus A320 da SATA que fez um “hard landing” no Aeroporto de Ponta Delgada, aponta como causa provável alguns erros na manobra de aproximação e aterragem.
O documento elaborado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves pertencente ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, refere que “os ‘inputs’ aplicados durante o ‘flare’ não foram os adequados para reduzir a velocidade vertical antes do ‘touchdown’, o que conduziu ao primeiro ‘hard landing’” do avião.

Por outro lado, acrescenta que “as manetes não foram trazidas para a posição IDLE antes do ‘touchdown’”, o que fez o aparelho ressaltar na pista, até uma altura de 12 pés, voltando a bater no solo, numa situação “mais agravada, de ‘severe hard landing’”.

O incidente ocorreu a 4 de Agosto de 2009, envolvendo o A320 da SATA baptizado com o nome ‘Diáspora’, que transportava 166 passageiros, não tendo provocado nenhum ferido.

Para a comissão de inquérito, o procedimento correcto da tripulação nestas circunstâncias seria iniciar o ‘go-around’, ou seja, abortar a aterragem e tentar uma nova aproximação à pista, em vez de ter insistido em “continuar a aterragem”.

De acordo com as conclusões do relatório, as forças verticais sofridas na aterragem “ultrapassaram aquelas para as quais a aeronave foi desenhada” e resultaram “nalguns danos visíveis no avião”, nomeadamente em “alguns rebites de fixação” das asas que “saltaram” e nos pneus do trem principal, que “evidenciavam sinais de terem sido sujeitos a esforços consideráveis”.

Apesar desta aterragem com forte impacto no solo, designada como ‘hard landing’, na placa de estacionamento, os pilotos e o técnico de manutenção de serviço “não se aperceberam de qualquer irregularidade”, permitindo que o avião regressasse a Lisboa e só parasse para nova inspecção dois dias depois.

Por essa razão, os pilotos “não registaram na caderneta técnica a suspeita de aterragem dura” e o acidente, ocorrido a 4 de agosto, só foi reportado pelo piloto no dia 17 desse mês.

O relatório refere que “ambos os pilotos estavam qualificados para o voo” e que “o fator meteorológico não foi considerado contributivo para o acidente”.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da SATA alegou não ter conhecimento do relatório e remeteu para mais tarde eventuais comentários sobre o seu teor.

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