Representante da República apela a esforço colectivo

O representante da República para os Açores, Pedro Catarino, apelou hoje ao “esforço coletivo” para enfrentar os sacrifícios “duros” que se avizinham, recordando o papel importante que os Açores desempenharam ao longo da História.

“Os Açores desempenharam sempre um papel na História de Portugal de marcada importância cultural e política”, afirmou Pedro Catarino num discurso em Angra do Heroísmo na cerimónia comemorativa do Dia de Portugal, frisando que os Açores “nunca deixaram de ter um papel singular e bem significativo e de ser parte ativa na nossa História comum”. O representante da República salientou, no entanto, que um país não vale apenas pelo seu passado, mas pela sua capacidade económica, pelo substrato social, pela coesão e estabilidade e pelo nível cultural do seu povo. Nesse sentido, apelou a um “renovado esforço coletivo, concertado, coerente”, que permita realizar reformas estruturais básicas e eliminar as contradições que existem na sociedade portuguesa. “Já superámos dificuldades de maior monta na nossa História”, frisou, acrescentando que “é difícil acreditar como foi possível que um pequeno povo, com um território de reduzidas dimensões, sem riquezas nem grandes recursos próprios, tenha conseguido os feitos extraordinários que alcançou”. Nesse sentido, Pedro Catarino considerou que serão necessários “sacrifícios duros e difíceis” para ultrapassar a crise. “Todos devemos estar preparados para apertar um ou dois pontos os cintos e aceitar um ajustamento dos níveis de bem-estar económico até que as dívidas estejam pagas, as contas estejam em ordem e as finanças públicas consolidadas”. Pedro Catarino frisou, no entanto, que os portugueses devem exigir “que tudo se faça com transparência, equidade e integridade”, defendendo ser necessário “manter a confiança nos decisores políticos, guardar um ânimo forte e conservar a esperança em melhores dias”. “Todos teremos individualmente que fazer um esforço adicional. Os que podem mais, devem dar mais. Todos devemos, solidária e equitativamente, dar o nosso contributo, sem subterfúgios ou quebra de coerência”, afirmou. Na sua intervenção, frisou ainda a importância da formação dos jovens para o futuro do país, considerando que não se pode “desperdiçar uma só oportunidade de proporcionar a todas as crianças a melhor educação e as melhores condições para que possam desenvolver as suas potencialidades”. “Se assim não procedermos, estaremos porventura a perder o possível contributo para o país de um futuro homem ou mulher com excecionais dotes de inteligência ou sensibilidade artística, quiçá um génio”, afirmou. Na cerimónia foram condecoradas várias personalidades, entre as quais o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, que cessa funções a 4 de julho e recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, que lhe foi atribuída pelo Presidente da República.

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