Revista mostra casos de sucesso entre a comunidade imigrante do arquipélago

A Associação de Imigrantes nos Açores (AIPA) lançou uma revista para divulgar casos de empreendedorismo na comunidade imigrante, numa iniciativa que pretende demonstrar o contributo dos estrangeiros no combate à crise.

“A presença dos imigrantes constitui, de forma inquestionável, uma mais-valia”, afirmou o presidente da AIPA, Paulo Mendes, em declarações à Lusa.

A revista, intitulada ‘Viver Aqui – Percursos de Imigrantes Empreendedores’, que já está disponível em S. Miguel e na Terceira, descreve 19 trajetos de imigrantes residentes em várias ilhas dos Açores, provenientes de 10 países, que se distinguiram em diversas áreas.

Paulo Mendes salientou que esta é uma forma de “desmistificar a ideia de que todos os imigrantes trabalham em setores de baixa qualificação”, frisando que 14% dos estrangeiros a residir em Portugal trabalham por conta própria.

Numa altura em que também os imigrantes sentem as consequências da crise económica, o presidente da AIPA defendeu ser importante mostrar que é possível ser bem sucedido, dando a conhecer “um outro lado da imigração”.

Um estudo realizado em S. Miguel pela AIPA aponta para uma taxa de 20% de desempregados entre a população imigrante, admitindo Paulo Mendes ser “expectável que a taxa seja estendida a outras ilhas”.

“O impacto da crise tem sido muito doloroso para a população imigrante, por isso é preciso uma atenção particular e um discurso pedagógico”, frisou.

Desde 2008, segundo Paulo Mendes, os Açores registam “um decréscimo do fluxo imigratório”, ainda que “o retorno não tenha sido tão intenso como se podia esperar”.

Paulo Mendes salientou que são sobretudo os brasileiros que regressam a casa, devido ao crescimento da economia do país, mas os imigrantes que constituíram família nos Açores têm tendência a permanecer na região.

Em março, a associação pretende lançar outra revista, que incidirá sobre “mulheres imigrantes”, igualmente inserida no projeto ‘Migraçores’.

“Queremos lançar pelo menos três revistas por ano, com enfoques diferentes”, revelou Paulo Mendes.

 

Lusa

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