Romeiros regressam às estradas de S.Miguel a 25 de fevereiro

Os romeiros, com o tradicional xaile, lenço, bordão e terço, voltam a percorrer, a partir de 25 de fevereiro, as estradas de S. Miguel, nos Açores, num percurso de oração, fé e reflexão.

“São 2.000 homens que se incorporam nas romarias, não chegando a 10 por cento os que vão pagar promessas”, afirmou Carlos Sousa Melo, presidente do grupo coordenador do Movimento dos Romeiros de S. Miguel, frisando que as romarias são “um retiro espiritual”, durante o qual os romeiros fazem “uma paragem nas suas vidas”.

Estas romarias quaresmais, segundo a tradição, tiveram origem na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI, que arrasaram Vila Franca do Campo e causaram grande destruição na Ribeira Grande.

Carlos Sousa Melo, que foi durante 18 anos mestre da romaria de Água de Pau, disse à Lusa que a participação numa romaria é “um momento único”, frisando que se “bebe muito em termos espirituais durante uma semana”.

“Tudo aquilo que se passa à volta das romarias, da partilha à envolvência das famílias na receção e acolhimento, é maravilhoso”, afirmou, acrescentando que estes dias de reflexão permitem “mudanças substânciais na vida de quem adere às romarias”.

Por isso, garantiu que “ninguém vem igual das romarias”, que todos os anos percorrem as estradas de S. Miguel num período que começa no fim de semana que se segue à quarta-feira de Cinzas e termina na quinta-feira Santa.

Este ano há 54 ‘ranchos’ de romeiros, saindo os primeiros a 25 de fevereiro, para uma caminhada que dura uma semana, sempre rezando ou entoando cânticos.

Todos os dias, desde o nascer até ao pôr do Sol, os romeiros cumprem um percurso sempre com o mar pela esquerda, que os leva ao maior número possível de igrejas e ermidas existentes na ilha.

As más condições meteorológicas que, por vezes, ocorrem durante a caminhada tornam difícil o percurso dos romeiros, que dormem todas as noites em casas particulares e salões paroquiais.

 

 

Lusa

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