A SATA justificou hoje os atrasos e cancelamentos de voos dos últimos dias com “a imobilização” de um avião, por avaria, o processo de promoção a comandantes de alguns pilotos e a falta das “avaliações técnicas obrigatórias” de outros.
Nos últimos dias, cerca de 800 passageiros da transportadora aérea dos Açores foram afetados por cancelamentos ou atrasos de voos justificados pela SATA com os períodos de descanso obrigatórios das tripulações.
“A SATA esclarece que a situação, para a qual não se tem poupado a esforços no sentido de ultrapassar todas as dificuldades e assim efetuar toda a sua programação, fica a dever-se ao facto da sua frota se encontrar com a imobilização continuada de um Airbus 310 que se encontra em reparação, assim como com problemas de disponibilidade de tripulações”, lê-se num comunicado hoje divulgado.
A transportadora aérea explica que “a saída de alguns pilotos do quadro da SATA para outras companhias, aliada a situações de reforma, avaliações técnicas obrigatórias, assim como as naturais ocorrências de baixa médica, férias e folgas, provocaram uma diminuição da capacidade de resposta às necessidades da operação”.
“Assim, esta diminuição de efetivos das tripulações à disposição da SATA” levou à necessidade de promover pilotos à categoria de comandantes “e, consequentemente, ao desenvolvimento dos procedimentos obrigatórios no domínio do seu treino”.
Estas “tarefas de treino” e a “revalidação de licenças de voo obrigam a que estes pilotos não estejam disponíveis para integrar as escalas de serviço operacional, situação que é naturalmente temporária e que estará ultrapassada no próximo mês”, prossegue a SATA no mesmo comunicado.
Por fim, diz que “alguns pilotos” estão também “impossibilitados de exercer as suas funções por falta das suas avaliações técnicas, as quais aguardam pela substituição do corpo de instrutores, cujo processo, por razões burocráticas e administrativas, está em vias de conclusão”.
É por causa desta “diminuição dos efetivos” disponíveis que a SATA está como limitações na “capacidade de resposta, num quadro natural de respeito pelos tempos máximos de trabalho e mínimos de descanso previstos no acordo de empresa e na legislação”, acrescenta o texto.
O PCP denunciou hoje no parlamento regional dos Açores que os problemas com voos da SATA nos últimos dias estão relacionados com licenças caducadas dos pilotos, responsabilizando o Governo Regional e a administração da empresa pela situação.
Na resposta, o secretário regional com a pasta dos Transportes, Vítor Fraga, tinha explicado que além dos pilotos que se reformaram, outros saíram por opção, o que obrigou a promoções que “levam tempo” a concretizar-se.
Lusa