Seguro diz que combate à destruição do Estado Social “não é de trincheiras partidárias”

O secretário-geral do PS, António José Seguro, reafirmou hoje, nos Açores, que não será “cúmplice” na destruição do Estado Social, alegando que o combate “não é de trincheiras partidárias” mas contra o Governo “mais ultra liberal” da história portuguesa.
 

“Este é um combate não de trincheiras partidárias, mas entre um governo mais ultra liberal da nossa história e as mulheres e homens de todo o Portugal”, afirmou António José Seguro, no seu discurso de encerramento do XV Congresso Regional do PS/Açores, que decorreu na ilha açoriana do Faial.

Vincando que não será cúmplice na destruição do Estado Social que demorou décadas a construir, Seguro precisou que além da marca socialista existem também contributos de governos do PSD para que Portugal tivesse um Estado social ao nível da saúde, qualificação, investimento na ciência a tecnologia e proteção social.

“A nossa responsabilidade é denunciar essa situação, de não ser cúmplices com este corte de quatro mil milhões de euros, porque vai deixar muitos portugueses para trás, vai ter um efeito recessivo, vai aumentar o número de desempregados”, referiu Seguro, acrescentando que “os cortes nas funções sociais do Estado perspetivam e configuram um outro país, um outro Portugal que não é o nosso”.

Seguro afirmou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, quer “um Estado mínimo, onde cada português fica entregue à sua sorte, sem condições de dignidade”, enquanto os socialistas querem “um país coeso, onde todos contribuem, de maneira que aqueles que menos têm possam passar a ter condições de felicidade”.

“O país que nós todos amamos está dia-a-dia a definhar e empobrecer. Há hoje muita gente no país a passar fome, sem dinheiro para pagar água, luz ou gás”, referiu, recusando a ideia de que não há alternativas.

Considerou que a solução para a situação do país passa por três dimensões: global, europeia e nacional, classificando de “inaceitável e enorme imoralidade” que continuem a existir ‘offshores’ e defendendo a necessidade de um novo tratado europeu, que permita dar uma dimensão económica comum aos estados membros

Seguro propôs, ainda, a criação de uma agenda nacional para o emprego e crescimento, baseada na atração de investimento estrangeiro, fomento das exportações e substituição das importações por bens nacionais.

“É do futuro que temos de tratar. Há uma diferença entre recebê-lo e construi-lo. É esse o meu compromisso”, disse.

Questionado pelos jornalistas à saída do Teatro Faialense sobre a situação interna do partido, António José Seguro disse que “o “líder do PS é o líder de todos os socialistas”.

“Conto com todos. Estamos todos mobilizados” afirmou.

 

Lusa

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