“Ser infectado [com H1N1] não é o fim do mundo”

gripe-virus-saudeO virulogista Pedro Simas afirmou ontem que é previsível que, num curto espaço de tempo, o vírus da Gripe A H1N1 se propague em Portugal, mas ressalvou que ser infectado “não é o fim do mundo”.

 

  

 

  

O director da Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa comentava à agência Lusa o aumento do número de casos nos últimos dias em Portugal, que regista 18 casos confirmados.

 

“Globalmente era perfeitamente previsível o aumento do número de casos e está a propagar-se. Em Portugal ainda não se propagou porque todos os casos são importados”, afirmou o especialista.

 

 

No entanto, “é perfeitamente previsível que num curto espaço de tempo venha a haver também propagação em Portugal”, porque se trata de um “vírus pandémico, que não tem barreiras geográficas”, justificou.

 

 

O facto de estarmos no Verão e as pessoas viajarem mais também propicia o aparecimento de novos casos, mas Pedro Simas defendeu que “não se deve limitar o movimento das pessoas em termos de viagens”, conforme a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

 

 

Esta opinião é partilhada pelo pneumologista Filipe Froes, do Hospital Pulido Valente: “As pessoas continuam a viajar porque não há motivos nem razão para haver restrições”.

 

 

O médico afirmou à Lusa que “é normal que o número de casos aumente em Portugal”, como está a acontecer a nível mundial, defendendo que as pessoas devem estar “mais conscientes que o risco pode aumentar e atentas à informação disponível”, mas sem fazer alterações na sua vida.

 

 

“Nós não temos de fechar os olhos, mas aprender a viver com esta nova realidade”, salientou Filipe Froes.

 

 

Pedro Simas adiantou que “o público está a entrar em pânico e a dramatizar”, porque está “a especular sobre o desconhecido e pensa que o vírus da gripe vai matar toda a gente”.

 

 

Para o virulogista, “tem de se transmitir às pessoas que ser infectado com o vírus da gripe não é o fim do mundo” e explicar que o problema da gripe, quando há uma pandemia, é que há um grande número de infecções num curto espaço de tempo e isso sobrecarrega os serviços de saúde.

 

 

“Toda a gente pode ser infectada e não adianta fugir, nem se isolar no cume de uma montanha”, comentou, lembrando que todas as pessoas já contactarem com o vírus da gripe.

 

 

Salientou ainda que este vírus “está muito próximo de um vírus sazonal e não é expectável que se torne mais virulento”.

 

 

“Neste momento os indicadores são muito bons. A taxa de mortalidade é pequena (0.4 por cento) e as pessoas que estão a ser vítimas de infecção são todas de grupo de risco”, sustentou.

 

 

O pneumologista Filipe Froes adiantou, por seu turno, que o aumento do número de casos significa o aumento do trabalho das estruturas envolvidas na sua detecção.

 

 

“O nível de resposta em Portugal baseia-se no nível de actividade”, disse o médico, afirmando que, à medida que a actividade aumentar, terão que ser avaliados os meios de acordo com as características dos casos, mas sempre de acordo com o que estava planeado.

 

 

O médico explicou que muitos dos cenários foram feitos, tendo em consideração uma pandemia com uma taxa de gravidade mais elevada.

“Felizmente isso não se confirmou, o que permite que haja possibilidade de adaptar o nosso nível de preparação a uma forma de doença menos grave”.

 

 

Lusa

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