Silêncio governamental sobre auto-aprovisionamento alimentar é “falta de respeito”

O PSD/Açores acusou hoje o governo regional de “falta de respeito pelos açorianos”, dado “o constante silêncio mantido sobre uma questão essencial como é a auto-suficiência alimentar”, um assunto que motivou já o envio de dois requerimentos da bancada laranja à assembleia legislativa, para saber “qual o grau de auto-aprovisionamento alimentar da região”, assim como “a evolução daquele indicador nos últimos dez anos”.
 
Segundo António Ventura, “Depois de, já por duas vezes, as respostas não nos terem sido fornecidas, o PSD manifesta-se hoje sobre a matéria, apesar de o ter feito em Março de 2008 e já em Agosto deste ano, há quatro meses portanto, primeiro sem resposta do anterior executivo, e depois por parte do actual governo, igualmente da responsabilidade do partido socialista”.
 
O deputado explicou que “a bancada do PSD já levou, durante a legislatura terminada em 2008, todas estas preocupações à assembleia para obter os devidos esclarecimentos e saber das intenções do governo que, todavia, apenas manifesta um profundo silêncio sobre a matéria, impedindo o debate, e voltando a não responder, já este ano, às questões, no que mostra falta de respeito pela acção dos deputados”, afirmou.
 
Sobre a temática em concerto, Ventura reiterou que “os Açores conseguem ser auto-suficientes em leite, carne e peixe, todavia, em outros produtos como os hortícolas, as frutas ou as matérias-primas como o milho, o grão, e o trigo temos de recorrer à importação”, esclareceu.
 
Segundo o social-democrata, é esse grau de auto-aprovisionamento, de um país ou de uma região, “que mede, segundo um dado produto, a dependência relativamente ao exterior ou a sua própria capacidade de exportação”, um aspecto que, “nos tempos que correm, nos preocupa, pois o aprovisionamento alimentar regressou efectivamente à ordem do dia”, adianta.
 
Os parlamentares laranja solicitaram à tutela dados relativos “ao consumo individual na região de leite e derivados, carne, hortícolas e frutícolas, com a respectiva evolução nos últimos dez anos”, querendo saber “se há acções previstas para aumentar o consumo das produções locais dos referidos alimentos”, e se, “no subsector da hortifruticultura, há medidas destinadas a aumentar a produção local”, explica.
 
“As leis do mercado são controladas por quem tem a capacidade de encher os celeiros e de gerir os seus stocks”, avança António Ventura, garantindo que “os sucessivos aumentos nas importações e no preço de alguns produtos como o pão ou o leite”, indicam “uma perda progressiva da auto-suficiência das ilhas em produtos frescos”.
 
Para o PSD “é necessário estabelecer políticas para diminuir a dependência dos produtos alimentares vindos do exterior”, encarando-se de forma prática “a possibilidade de aumento da área de hortícolas e frutícolas”, uma vez que “a fraca capacidade concorrencial face aos produtos de importação, assim como os pequenos volumes de produção dirigidos aos mercados locais continuam a ser entraves por resolver”, explicou o deputado do PSD.

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