A União de Sindicatos da Horta (USH) vai avançar com uma providência cautelar para impedir a venda do Hotel Horta antes dos trabalhadores receberem as indemnizações a que têm direito.
O anúncio foi feito hoje, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, pelo dirigente sindical João Decq Mota, no final de um plenário que juntou 15 dos 26 trabalhadores daquela unidade hoteleira, que encerrou a 31 de maio.
“Na prática, esta providência cautelar visa impedir uma eventual alienação do hotel, antes dos trabalhadores serem ressarcidos”, justificou João Decq Mota, recordando que os funcionários que não chegaram a acordo com os proprietários do hotel em relação às indemnizações têm ainda dois meses de vencimentos em atraso.
O sindicalista considerou “inaceitável o que a empresa Soturim está a fazer”, acrescentando que “já não basta os trabalhadores terem perdido os seus postos de trabalho”, agora a empresa “quer ver-se livre deles sem pagar” as indemnizações a que têm direito.
Segundo João Decq Mota, o Grupo Soturim, proprietário do hotel, nunca despediu oficialmente os trabalhadores, embora tenha anunciado a intenção de proceder a um despedimento coletivo, pelo que os funcionários se apresentam, todos os dias, no local de trabalho, apesar de a unidade estar fechada.
A União de Sindicatos da Horta exige também uma “explicação” ao Governo dos Açores, que atribuiu, em 2010, 1,2 milhões de euros de subsídios para obras de remodelação do Hotel Horta, e que agora não vai receber os reembolsos que a empresa proprietária deveria começar a devolver.
O dirigente sindical recordou que os apoios atribuídos pelo Governo dos Açores resultam do despacho n.º 832/2010, de 24 de agosto, assinado, na altura, pelo vice-presidente, Sérgio Ávila, e pelo secretário regional da Economia, Vasco Cordeiro, atual presidente do executivo açoriano.
O Hotel Horta, de 4 estrelas e com 80 quartos, foi construído há 15 anos e encerrou no final do mês passado devido a alegadas dificuldades financeiras.
Lusa