Sindicato diz que fim das retenções escolares é “operação de cosmética”

A presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), Sofia Ribeiro, pronunciou-se esta segunda-feira contra o fim administrativo das retenções escolares, que considerou ser uma “operação de cosmética” se não for acompanhada por uma “profunda alteração” do sistema educativo.
“Se terminarem com as retenções de forma administrativa, sem uma profunda alteração do sistema educativo, estaremos a assistir a uma operação de cosmética em que a maquilhagem não sai bem”, afirmou Sofia Ribeiro, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.

Para o SDPA, “o problema do insucesso escolar deve ser encarado logo no início do percurso de formação das crianças”, ou seja, “tem que haver um claro investimento na educação pré-escolar”.

Nesse sentido, Sofia Ribeiro defendeu que “os problemas dos estudantes têm que ser detectados antes de se chegar a uma situação de insucesso”.

Para atingir esse objectivo, defendeu medidas como o investimento no pré-escolar, a efectiva redução do número de alunos por turma ou a criação de apoios específicos para os alunos logo que sejam detectados os primeiros indícios de dificuldades de aprendizagem.

A presidente do SDPA falava aos jornalistas no final de um encontro com o Grupo Parlamentar do PSD/Açores, realizado na sequência da ronda de contactos que tem mantido com as várias forças políticas representadas na Assembleia Legislativa Regional para debater questões que interessam aos docentes no arquipélago.

Nesta reunião, Sofia Ribeiro destacou especialmente o problema da precariedade no emprego, denunciando que “cerca de 20 por cento dos professores nos Açores são contratados e são-no sucessivamente”.

“Tem que ser dado cobro a esta situação. Não há qualquer motivo que justifique que, sucessivamente, a região contrate professores e que não os integre no quadro e não lhes lê estabilidade”, afirmou.

A presidente do SDPA frisou que o executivo regional justifica o recurso a docentes contratados com necessidades transitórias, mas salientou que o sindicato tem provas de que “muitos desses docentes constituem necessidades definitivas e não transitórias”.

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