Sociedade civil exige mais atenção aos assuntos regionais

As principais instituições representativas da sociedade civil dos Açores estão globalmente satisfeitas com o trabalho dos deputados eleitos para a Assembleia da República, ainda que defendam mais atenção às questões regionais e maior proximidade dos deputados.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, fez um “balanço positivo” do trabalho dos deputados eleitos pelos Açores para o parlamento nacional, considerando que têm sido “recetivos às reivindicações” da agricultura.Jorge Rita considerou, no entanto, importante “uma postura mais pró-ativa na defesa dos interesses” da região, mesmo que isso implique “fugir à disciplina partidária”.

Para João Ponte, presidente da Associação de Municípios dos Açores, os deputados açorianos no parlamento nacional demonstraram “grande apoio e sensibilidade” para os problemas das autarquias da região, nomeadamente no diferendo sobre a transferência de cinco por cento do IRS para os municípios.

“Sabemos que os interesses dos municípios dos Açores estão a ser plenamente defendidos na Assembleia da República por estes deputados”, afirmou.

No mesmo sentido, Sandro Paim, presidente da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, considerou “positivo e de extrema importância” o trabalho dos deputados açorianos na Assembleia da República.

O líder dos empresários da região, apesar de salientar o “conhecimento que têm da realidade açoriana”, defendeu ser necessária “uma maior auscultação e proximidade dos deputados às forças vivas dos Açores” para responder melhor às “necessidades de uma região ultraperiférica”.

Opinião diferente manifestou Graça Silva, da CGTP/Açores, que afirmou não ter uma apreciação positiva do trabalho desenvolvido pelos três deputados do PS e dois do PSD eleitos pelo círculo regional.

“Nenhum deles contactou a CGTP, mesmo quando estavam em causa questões laborais como foi o caso da remuneração compensatória”, lamentou Graça Silva, defendendo que os deputados açorianos no parlamento nacional “deviam ter mais atenção às questões do círculo que os elege”.

Ainda na área sindical, Francisco Pimentel, presidente da UGT/Açores, afirmou não ter “nada a criticar, nem a louvar” quanto ao trabalho dos deputados açorianos, alegando que apreciar o seu desempenho seria “interferir no jogo político-partidário”.

Sem esse tipo de problemas, o dirigente ambientalista Diogo Caetano, da associação Amigos dos Açores, defendeu a necessidade de serem criados “mais mecanismos de diálogo entre os representantes políticos e a sociedade”, ainda que sem situações demasiado formais.

“São eleitos pelo círculo dos Açores, mas, muitas vezes, as questões açorianas ficam dissimuladas no todo nacional”, afirmou, acrescentando que a associação tem uma “aproximação razoável com os deputados regionais e com os eurodeputados açorianos, mas não com os deputados na Assembleia da República.

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