A nova ministra da Cultura disse esta quinta-feira que o primeiro-ministro indigitado «sabe que é necessário» dotar o sector que vai dirigir com mais meios financeiros.
«Ele próprio o disse», afirmou Gabriela Canavilhas à agência Lusa, referindo-se a declarações de José Sócrates anteriores à campanha eleitoral, quando afirmou reconhecer que o sector da Cultura deveria ter tido um maior investimento durante a vigência do seu anterior Governo.
A nova titular da pasta, que deverá tomar posse segunda-feira com a restante equipa ministerial do Executivo, adiantou estar «mal habituada» em termos orçamentais, pois o Governo Regional dos Açores, onde é responsável pela Direcção Regional da Cultura, dedica ao sector uma fatia de três por cento do orçamento, enquanto no Governo da República esse valor fica-se pelos 0,4 por cento.
No actual Governo açoriano (também socialista) «há a consciência de que o investimento na Cultura valoriza os cidadãos», disse Gabriela Canavilhas, 48 anos, sem militância partidária, pelo que vai figurar no grupo de ministros independentes do Governo socialista.
Questionada sobre as afirmações do seu antecessor na pasta, José António Pinto Ribeiro, que logo depois de tomar posse disse que iria conseguir atingir mais objectivos com com menos investimento, Gabriela Canavilhas afirmou ser «impossível fazer mais com menos» dinheiro.
«Mas todos sabemos as dificuldades financeiras» existentes actualmente, acrescentou.
O convite para integrar o novo governo socialista constitui um «desafio bastante significativo e bastante estimulante», acrescentou a futura ministra, licenciada em Ciências Musicais e pianista, que confessou ter tocado pela última vez em público há 15 dias.
A Cultura, disse, apresentada normalmente em nichos e sectores, deve ser um «eixo estratégico» e um «factor distintivo da nossa identidade», «fundamental para [formar] a consciência» dos cidadãos.
