Soldados açorianos preparam missão no Kosovo

soldadosPara a maioria é a primeira vez que partem em missão. Levam na bagagem o desejo de conhecer novas culturas e de sentirem que o seu treino é útil  a quem precisa de ajuda.

 

São 28 militares açorianos do quartel dos Arrifes – Regimento Guarnição nº2, entre os quais uma mulher, que se ofereceram como voluntários para  integrar o batalhão do Exército Português.

 
Despediram-se, este domingo, das suas famílias para um período de ausência de 14 meses. Durante os próximos seis meses, vão-se preparar, no campo militar de Santa Margarida,  para iniciar a missão de meio ano no Kosovo, no âmbito da operação de paz da NATO, integrando a Kosovo Force (KFOR).
“Os nossos militares vão trabalhar lado a lado com militares de outros países da NATO”, explica José Martins, comandante do quartel dos Arrifes – regimento Guarnição nº2. Trata-se de “uma missão típica”, e como tal “vão fazer muitos postos de controlo, circulação de pessoas e missões de protecção”.

 
“Há algum risco, mas já fortemente mitigado”, adianta o comandante José Martins que sublinha ainda que “o processo de paz e de pacificação da zona já vai bastante avançado” e a NATO começa mesmo a questionar se se justifica prolongar muito mais a sua presença no Kosovo.
Mas o que os faz partir em missão? O seu comandante explica: “são todos militares voluntários, motivados pela perspectiva de alargar horizontes e conhecer outras formas de ser e estar, para além de haver a questão monetária que também ajuda e motiva os militares a oferecerem-se para estas missões”. A verdade,  diz, é que em geral “temos muitos candidatos e poucas vagas”.

 
Sara Almeida, com 22 anos, é a única mulher a integrar o pelotão de militares açorianos. Parte na expectativa de  “ter uma experiência de vida diferente” e esperando que “corra tudo pelo melhor”. “Rapariga de poucas palavras”, como se descreveu,  ainda assim confessou que se sente preparada. “Estamos confiantes”, disse determinada.
Para Bernardo Flor, de 19 anos, a missão no Kosovo é especial: “é um sonho que tenho desde jovem”, revelou logo depois de fazer o check-in. Vai à procura de “uma realidade diferente”, na expectativa de “encontrar duas culturas diferentes e poder ajudar, que é acima de tudo o nosso trabalho”.

 
As expectativas de César Farias, 28 anos, já não são de encontrar algo novo, mas sim precisamente o contrário. Vai voltar ao Kosovo, onde já esteve em missão antes e onde deixou muitos amigos que espera agora rever. “As pessoas são sempre afáveis e temos uma grande bandeira, felizmente: sempre que falamos em Cristiano Ronaldo toda a gente nos aplaude e somos muito bem recebidos”.  O desejo do primeiro-sargento é que “não haja nenhum incidente e acima de tudo espero levar os meus homens todos e trazê-los todos de volta”.
Também a partir para uma segunda missão no Kosovo, Sérgio Botelho, 27 anos, está feliz por poder repetir a experiência, mas está consciente das dificuldades. O mais difícil, confessa , são “as saudades de casa”. “Ver a nossa família por um ecrã de computador, é difícil! Mas ajudamo-nos uns aos outros”.

 

 

 

Paula Gouveia (in AOriental)

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