Sopas atraem milhares de pessoas ao campo de São Francisco

As sopas do Espírito Santo começaram a ser servidas ao meio dia de hoje, no Campo de São Francisco, em Ponta Delgada, a centenas de pessoas que começaram logo pela manhã a ocupar as mesas disponibilizadas para o evento.

As sopas em louvor do Espírito Santo, festividade religiosa que está a decorrer em Ponta Delgada, oferecidas pela autarquia, atraem todos os anos milhares de pessoas sendo que este ano foram preparadas para cerca de 12 mil pessoas. Entre as 12 e as 15 horas para além das sopas acompanhadas por massa sovada, serão também distribuídos gratuitamente vinho de cheiro, água, sumos e arroz doce. Zélia Botelho, cozinheira habitual das sopas do Espírito Santo, avançou à agência Lusa que foi apenas uma entre quase uma centena de pessoas que integram os três grupos responsáveis pela confeção. “Estiveram envolvidas entre 70 a 90 pessoas na confeção das sopas que começaram a ser preparadas na sexta-feira com o corte das carnes, depois foram a cozer pela noite fora tendo terminado a cozedura só hoje”, explicou a cozinheira do Coral de São José que está ligada a este evento desde 2003.

 

Para fazer as sopas, que foram confecionadas em cerca de quarenta panelas, foram usados 1.200 quilos de carne, repolho, cravinho, pimenta da Jamaica, sal, vinho branco e muitos quilos de pão. Zélia Botelho explica que os ingredientes são habitualmente oferecidos por empresas e entidades, sendo que a carne é oferecida pela Associação Agrícola de São Miguel, os repolhos pelo mercado da Graça bem como outros ingredientes oferecidos por hipermercados da ilha de São Miguel. “Este ano preparámos sopas para 12 mil pessoas mas faz-se sempre mais na eventualidade de aparecerem mais pessoas, todos os anos as sopas vão praticamente todas, às vezes sobra apenas algum caldo”, reconhece a cozinheira. Zélia Botelho trabalha na confeção das sopas do Espírito Santo desde 2003 mas o ponto de partida para o evento remonta a 2001 quando o Coral de São José “quase como brincadeira” preparou as sopas em louvor do Espírito Santo para cerca de 500 pessoas. “Em 2002 tivemos de duplicar as sopas e em 2003 a autarquia de Ponta Delgada juntou-se a este evento e desde aí passou de mil a duas mil pessoas para oito mil sopas e todos os anos a tendência é para aumentar”, disse.

 

Mas a tradição das sopas do Espírito Santo remonta muito antes disso e ainda hoje são confecionadas em casa e por mordomos, que são os responsáveis pela comemoração das festas do Espírito Santo por todas as ilhas dos Açores e que habitualmente oferecem as sopas à comunidade. Ao longo dos anos, a divulgação da oferenda das sopas do Espírito Santo tem atraído muitos emigrantes que todos os anos vêm aos Açores nesta altura atribuindo às sopas uma vertente turística sem esquecer a vertente religiosa. O bispo dos Açores, D. António de Sousa Braga benzeu as sopas para pouco depois do meio-dia começarem a ser servidas pelas centenas de pessoas que já aguardavam no campo de São Francisco.

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