SPRHI contraiu 172 ME de empréstimos em seis anos

A Sociedade de Promoção da Reconstrução de Habitação e Infraestruturas, SA (SPRHI), criada nos Açores em 2003, contraiu 172 milhões de euros de empréstimos bancários para obras em seis anos.
 

Os dados vêm publicados no relatório de contas da empresa relativo a 2011, que o Governo dos Açores enviou na passada semana à Assembleia Legislativa, e a que a agência lusa teve acesso.

No documento, lê-se que entre 2005 e 2011, a SPRHI recorreu à banca por 12 vezes, para financiar obras no parque habitacional e na rede viária regional.

No final de 2011, a sociedade de promoção da reconstrução e infraestruturas tinha ainda 133 milhões de euros de dívida não corrente e 38 milhões para pagar a curto prazo. Só em juros, terá gasto, nesse ano, cerca de 5 milhões de euros.

Apesar do volume de dívidas, a SPRHI terminou o ano de 2011 com um lucro de 23 mil euros, devido às rendas cobradas pelo aluguer de moradias que são propriedade da Região, mas sobretudo devido às transferências do “Estado e entes públicos”, que injetaram na empresa quase sete milhões de euros.

A SPRHI foi criada em 2003 para promover, planear, construir e fiscalizar parques habitacionais, assim como recuperar habitações e realizar a requalificação urbanística em áreas de risco ou atingidas por catástrofes naturais.

Já a Agência de Promoção do Investimento dos Açores (APIA), extinta este ano, recebeu 494 mil euros, em 2011, em transferências do Governo, para tentar captar investimento privado e apoiar os empresários açorianos.

O relatório de contas da APIA, a que a Lusa teve acesso, adianta que a administração da empresa gastou também, nesse ano, mais de metade de uma conta caucionada que possuía numa instituição bancária, com um ‘plafond’ de 300 mil euros.

Apesar dos esforços para a captação de investimento exterior, a conjuntura económica estava já a dificultar, naquela altura, a ação da APIA e a administração da empresa admitia que os resultados do seu trabalho não seriam “visíveis” a curto prazo.

Gualter Couto, que na ocasião presidia à administração da APIA, lembrava no relatório de contas as dificuldades que as empresas estavam a sentir no acesso ao crédito bancário, a incerteza dos mercados e o receio dos empresários em investir, além das quebras que os setores da construção civil e do turismo estavam a registar.

Apesar das dificuldades, a agência de promoção de investimento terminou o ano com um pequeno lucro de 2.600 euros.

As contas do setor público empresarial regional relativas a 2011 foram entregues na passada semana na Assembleia Regional, com um atraso superior a 10 meses em relação à data prevista num diploma regional, que fixa o limite de 31 de março para a receção das contas do ano anterior.

 

Lusa

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