Telescópio​s percorrem praias de São Miguel e levam ciência até à população

Dois telescópios apropriados para observar o sol, deixam, durante o verão, as instalações do Observatório Astronómico de Santana (OASA) e percorrem zonas balneares de São Miguel (Açores) para levar o conhecimento científico junto da população.
“No verão, e com o bom tempo, as pessoas frequentam muito as zonas balneares, em vez de visitarem museus. Por isso, entendemos fazer este projeto que percorre várias zonas balneares da ilha de São Miguel, levando telescópios para observação solar e vamos, desta forma, ao encontro das pessoas para uma atividade de astronomia”, disse Pedro Garcia, técnico de divulgação científica do Observatório Astronómico de Santana, em declarações à agência Lusa.
Situado em Santana, em Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, o Observatório integra a rede regional de Centros de Ciência do arquipélago dos Açores com o objetivo de promover o conhecimento científico e o acesso às novas tecnologias.
Designado “Na Rota do Sol”, a atividade de astronomia nas praias da maior ilha açoriana é realizada em parceria com o Ciência Viva no verão, e tem tido “uma grande recetividade” junto da população desde que arrancou, a partir de 2011.
De acordo com o técnico de divulgação cientifica, esta atividade decorre “uma vez em cada duas semanas, entre 15 de julho e 15 de setembro, indo a cada canto da ilha de São Miguel”.
“Este ano o projeto vai inclusive à Fajã do Calhau”, no concelho da Povoação, adiantou Pedro Garcia, acrescentando que este ano já foi também possível “ir pela primeira vez ao ilhéu de Vila Franca do Campo”.
A ideia é tentar rodar todos os anos por várias praias, mas “uma das zonas balneares onde vamos com maior frequência é o Areal de Santa Bárbara, no concelho da Ribeira Grande, onde está localizado o OASA, e uma zona balnear muito frequentada”, disse.
Nas praias, os banhistas têm ao seu dispor dois telescópios, “um perfeitamente normal que leva um filtro especial para bloquear o excesso de luz que permite ver a luz visível do sol” e “outro onde é possível ver a luz do hidrogénio e neste caso a atividade que acontece no sol”, explicou.
“Enquanto no primeiro estamos a ver a atmosfera do sol, ou seja, a parte exterior do sol, com o outro telescópio é possível ver a superfície do sol e nesta ver erupções e outros detalhes da atividade do sol”, acrescentou, indicando que as observações acontecem entre as 15:00 e as 17:00 e são gratuitas.
Além de promover o conhecimento científico, esta atividade de astronomia nas praias permite também sensibilizar para as consequências da exposição prolongada ao sol.
O OASA realiza ainda, no verão, observações noturnas nos vários miradouros da ilha de São Miguel, aliando o fator da paisagem natural com “a observação do céu profundo em detalhe”.
O técnico de divulgação científica sublinhou que aqueles locais têm condições favoráveis para a observação, frisando que estas atividades gratuitas de divulgação da ciência assentam numa filosofia do OASA de “ir ao encontro das pessoas para divulgar a ciência e o Observatório Astronómico”.

 

Lusa

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