Teresa Gonçalves demite-se da presidência da SATA

A presidente da companhia aérea açoriana SATA, Teresa Gonçalves, demitiu-se do cargo por “motivos pessoais”, anunciou hoje o Governo Regional.
“O Governo Regional dos Açores informa que a doutora Teresa Gonçalves solicitou a sua demissão do cargo de presidente do conselho de administração da SATA Holding, alegando motivos pessoais”, adianta o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) em nota de imprensa.
Teresa Gonçalves tomou posse como presidente da SATA (grupo que inclui a SATA Air Açores e a Azores Airlines) em abril de 2023, após a saída de Luís Rodrigues para a liderança da TAP.
Na nota enviada às redações, o Governo Regional ressalva que a gestora “continuará a assumir todas as decisões em curso sobre o grupo” até ao final deste mês.
“A demissão solicitada foi aceite pelo Governo Regional dos Açores, tornando-se efetiva no final do corrente mês”, lê-se.
O executivo dos Açores, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, agradece a dedicação de Teresa Gonçalves ao grupo SATA, destacando o “empenho e profissionalismo” durante o “processo de reestruturação das companhias do grupo, o que muito contribuiu para a recuperação que as mesmas têm vindo a verificar”.
A demissão de Teresa Gonçalves acontece quatro dias depois de ser conhecida a decisão final do júri do concurso público para a privatização da Azores Airlines (companhia aérea responsável pelas ligações entre os Açores e o exterior).
O júri, liderado pelo economista Augusto Mateus, manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório final, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia.
“Foi tomada uma decisão por quem podia tomar no sentido de lançar a privatização da SATA. Isso em si deve ser considerado desde que se tenha a possibilidade de chegar a uma boa decisão e a uma boa privatização”, defendeu Augusto Mateus em conferência de imprensa, salientando que “também se aprende quando as coisas não correm totalmente bem”.
Na segunda-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) pediu ao Governo Regional dos Açores para que “pare imediatamente” a privatização da Azores Airlines, depois de o júri do concurso ter manifestado reservas sobre o único concorrente.
O caderno de encargos da privatização prevê uma alienação no mínimo de 51% e no máximo de 85% do capital social da companhia.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).
A Azores Airlines registou um prejuízo de 24,3 milhões de euros em 2022, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 32,4 milhões reportado no ano anterior, segundo os dados divulgados em março.
Sobre as contas da SATA Air Açores (que assegura a ligação entre as ilhas), o grupo referiu que o “resultado líquido do exercício foi fortemente condicionado pelos custos financeiros líquidos (8,6 milhões de euros) e pelos custos de reestruturação (1,6 milhões de euros)”.

 

Lusa

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