Trabalhado​res da SATA da Terceira contra acordo celebrado com a transporta​dora

Os trabalhadores da SATA da ilha Terceira que estiveram na terça-feira num plenário em que foi explicado o acordo conseguido entre sindicatos e administração da empresa não estão disponíveis para ratificar o entendimento entre as duas partes.
“O acordo não é aprovado pelos trabalhadores porque em muitas das matérias viola até o código de trabalho”, disse à agência Lusa Filipe Rocha, que falava em nome dos trabalhadores da transportadora aérea que participaram no plenário do SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, uma das cinco estruturas que integram a plataforma sindical do Grupo SATA que convocou greves em abril e maio.
As greves foram convocadas pela não aplicação na SATA de um acordo conseguido na TAP para evitar cortes salariais entre 3,5% e 10% previstos no Orçamento do Estado. Dias depois da paralisação, a administração da transportadora açoriana e os sindicatos chegaram a um pré-acordo para desbloquear o conflito, que está agora a ser apresentado e votado em plenários de trabalhadores, em todas as ilhas da região.
Filipe Rocha lamentou que o acordo “nunca” tenha sido apresentado pelo SITAVA aos trabalhadores, tendo sido “explicado” na terça-feira pela primeira vez, quando o seu entendimento é que o sindicato deve “ouvir primeiro” os trabalhadores e depois “negociar” a sua vontade.
Filipe Rocha recordou que se pretendia que fosse estendido aos trabalhadores da SATA o regime de exceção que foi aplicado à TAP, o que foi “contestado” pelo acionista e pela administração da transportadora aérea regional.
“Não se compreende que agora nos venham apresentar aumentos da carga horária e desregulamentação dos horários, entre outras questões para nos reporem parte daquilo que é nosso por direito. Nós não aceitamos isso”, declarou.
Filipe Rocha considerou que no plenário de terça-feira foi “evidente” que os trabalhadores não aceitam o acordo como foi indicado aos representantes sindicais, tendo sido transmitido que se pretende propostas que sejam abordadas com os trabalhadores e depois tratadas com a SATA.
Os trabalhadores que estiveram no plenário admitem seguir “outro caminho”, como deixar o sindicato e recorrer a uma “forma de luta” contra o acordo alcançado com a administração da SATA.
O responsável pelo SITAVA nos Açores, Antero Quental, disse à Lusa que o acordo foi já ratificado em todos os locais onde se fizeram plenários: São Miguel, São Jorge, Graciosa, Pico e Faial, havendo apenas oposição ao acordo por parte dos trabalhadores que estiverm na terça-feira em Praia da Vitória.
Após terminarem todos os plenários, os dirigentes do SITAVA que andam a circular pelas ilhas vão reunir-se e analisar os resultados do plenário, afirmou.

 

Lusa

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