Tripulantes da Ryanair em Portugal querem continuar com contratos irlandeses – CEO

O presidente executivo da Ryanair garantiu hoje que os trabalhadores da transportadora aérea em Portugal preferem continuar com contratos sob a lei irlandesa, uma vez que ganham mais e têm mais dias de licença maternal.

“Os tripulantes são muito bem pagos. Ganham entre 30 a 40 mil euros por ano, o que é mais do que enfermeiros ou professores em Portugal e estamos muito agradecidos que poucos tenham apoiado a greve no fim de semana da Páscoa, e foi por isso que a greve teve tão pouco sucesso e cancelámos menos de 10% dos nossos voos”, notou à agência Lusa, Michael O’Leary.

À margem da IV Conferência Nacional do Turismo Residencial e do Golfe, no Estoril, o responsável garantiu que os trabalhadores iriam perder rendimentos se tivessem contratos no âmbito da lei portuguesa, até porque sob normas irlandesas “pagam menos impostos”.

“Nós temos os nossos tripulantes de cabine sob a lei irlandesa porque voam por uma companhia irlandesa. A licença maternal na Irlanda é de 41 semanas, em Portugal é de 21 semanas”, exemplificou o responsável, notando que os trabalhadores podem adotar as normas da Segurança Social portuguesa, mas que nenhum optou por o fazer porque “a irlandesa é melhor”.

“Nenhum dos nossos tripulantes quer contratos portugueses e o que dissemos ao sindicato (Sindicato Nacional do Pessoa de Voo da Aviação Civil- SNPVAC) foi: se querem que sejam refletidos alguns aspetos da lei portuguesa nos contratos irlandeses, venham falar connosco e vamos fazer isso”, acrescentou à Lusa.

Convocada pelo SNPVAC, uma greve de três dias não consecutivos dos tripulantes de cabine da companhia de baixo custo decorreu no período da Páscoa para exigir a aplicação da legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.

Sobre a presença da Raynair em Portugal, o CEO garantiu novo recorde, ao transportar 11 milhões de pessoas quando “há 10 anos transportava apenas um milhão de pessoas em Portugal”.

A companhia terá ainda 14 novas rotas para a época de inverno em Lisboa, Porto e Faro.

“Portugal precisa de mais visitantes no inverno. Toda a gente sabe que Portugal é maravilhoso durante o verão, mas o que temos que fazer para criar mais empregos é fazer crescer rotas no inverno”, afirmou.

O responsável referiu que continuam as quatro bases em Portugal, algo que “nenhuma transportadora portuguesa tem”.

 

Lusa

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