O economista Tomaz Dentinho considerou hoje que a Universidade dos Açores pode explorar o seu potencial na área da investigação interdisciplinar, que tem vindo a ganhar expressão em todo o mundo. “Uma das áreas em que podemos ser os melhores do mundo é a interdisciplinaridade”, disse à agência Lusa o economista, acrescentando que, além da investigação ligada aos recursos dos Açores, os departamentos ligados à economia e à política, por exemplo, começam a “dar os primeiros passos”.
Tomaz Dentinho vai defender a ideia de que se deve apostar mais na interdisciplinaridade no primeiro Congresso de Ciência e Desenvolvimento dos Açores, que decorrerá em Angra do Heroísmo, na sexta-feira e no sábado.
Para o economista, presidente da Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores, é cada vez mais necessário “olhar de vários pontos de vista”, porque “as abordagens disciplinares levam a erros grandes de ciência, que depois se transformam em erros de política”.
Nesse sentido, defendeu o “diálogo entre métodos e a ligação entre ciências”, realçando que a interdisciplinaridade é exigida cada vez mais nas propostas que surgem a nível europeu.
Segundo Tomaz Dentinho, os investigadores da Universidade dos Açores partem em vantagem, porque o facto de estarem inseridos num meio pequeno não lhes permite estudar áreas específicas. “As próprias pessoas têm de se diversificar, porque não há trabalho para se especializarem”, salientou.
O congresso, que decorre no campus da Universidade dos Açores de Angra do Heroísmo, é promovido pela Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores e tem como tema Crise, Território e Paisagem.
Segundo Tomaz Dentinho, serão apresentadas cerca de meia centena de comunicações de investigadores dos três polos da Universidade dos Açores – Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.
Lusa
