Universidade dos Açores com 700 alunos maiores de 23 anos

universidadeDos pouco mais de 3 mil alunos que frequentam a Universidade dos Açores, 700 ingressaram através do programa de acesso para maiores de 23 anos, que está em funcionamento desde 2006. O pró-reitor para a Tecnologia e Ensino enaltece o programa, mas reconhece algumas fragilidades.

 

Durante todo o mês de Abril, estão abertas as inscrições para as provas de acesso à universidade para maiores de 23 anos, programa que permite o ingresso no ensino superior a quem não tenha concluído o 12º ano de escolaridade. Segundo José Azevedo, pró-reitor da Universidade dos Açores para a Tecnologia e Ensino, o programa é de extrema importância quer para os alunos que entram por esta via, quer para a universidade.

 

Em funcionamento desde 2006, o programa de acesso à universidade para maiores de 23 anos permitiu a entrada de cerca de 700 pessoas na Universidade dos Açores que, de outra forma, não o conseguiriam. Um número que José Azevedo considera “muito significativo para o universo de pouco mais de 3 mil alunos” da academia açoriana.

 

Embora no primeiro ano tenham ingressado na Universidade dos Açores menos de 200 alunos por esta via, levando os responsáveis a pensar que o número iria diminuir nos anos seguintes, em 2007 e 2008, entraram 257 e 252 alunos, respectivamente.

O curso de Relações Públicas e Comunicação é o recordista no que diz respeito à procura dos alunos que ingressam na Universidade dos Açores por esta via, contando com cerca de 103 matrículas ao longo dos três anos. Depois aparecem os cursos de Sociologia (84), Educação Básica (70), Estudos Europeus e Política Internacional (57), e ainda o curso de Gestão (54).

 

Segundo o pró-reitor para a Tecnologia e Ensino, “o programa é muito positivo para todos os intervenientes”: para as pessoas, porque cumpre um papel social, permitindo uma aprendizagem ao longo da vida a quem não teve oportunidade quando era mais novo; e para a universidade porque estas pessoas vêm completar as vagas disponibilizadas pela instituição, o que significa também uma maior fonte de financiamento, que potencia um melhor desempenho das funções da academia.

No entanto, nem tudo é positivo e José Azevedo reconhece que “o ingresso destes alunos traz desafios”: a maioria são trabalhadores estudantes, “o que obriga os professores, individualmente, a adequarem metodologias”.

 

Para além disso, é necessário criar condições para que existam aulas em horário pós-laboral, o que “em alguns cursos é mais fácil do que noutros”, refere, reconhecendo que “ainda há muito a fazer nesta área”.

A mudança de aulas para o período pós-laboral, que dá origem a horários desequilibrados é, de facto, uma crítica frequente dos alunos que ingressam na universidade pela via regular.

 

No entanto, José Azevedo explica que depois de se matricularem, “não interessa por que via se entrou na universidade, todos têm os mesmo direitos e deveres”.

Questionado sobre o nível de exigência dos exames de acesso, muitas vezes posto em causa, o responsável pelo programa garante que a informação disponível “mostra que as pessoas que conseguem acesso à universidade através do programa para maiores de 23 anos, não são, em média, nem melhores nem piores do que os alunos da via regular”, o que “assegura que as provas estão bem feitas”.

 

Para além disso, embora “o exame não pretenda ser eliminatório”, em média, pouco menos de metade dos candidatos não obtém aproveitamento positivo nos exames.

 

 

João Cordeiro (in AOriental)

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