Urgente travar isolamento de idosos em meio urbano

O isolamento e a solidão de idosos residentes em grandes meios urbanos têm de ser combatidos através de novas formas “urgentes” de convivência e inovação social, defendeu hoje o padre Vítor Melícias.
Aludindo ao caso da idosa que terá falecido há nove anos e cujo corpo apenas na terça-feira foi encontrado na habitação, em Sintra, o presidente da Assembleia Geral da União das Misericórdias Portuguesas considerou-o “chocante” e motivo de reflexão.

“Ao mesmo tempo, é um desafio para novas formas de organização da convivência social, como a solidariedade de vizinhança”, defendeu.

Vítor Melícias classifica os casos “crescentes” de isolamento e solidão dos idosos como “um dos dramas grandes” da sociedade actual

“O urbanismo desmesurado potencia estes casos, impossíveis de acontecer em aldeias antigas, onde as pessoas se conhecem e têm relações de proximidade”, afirmou.

O corpo da octogenária, que estava desaparecida há nove anos e residia na Rinchoa, Sintra, foi encontrado pela PSP chamada ao local a pedido da nova proprietária da habitação, que adquiriu o imóvel num leilão realizado pelas finanças.

Segundo o comandante dos bombeiros de Agualva-Cacém, Luís Pimentel, o alerta para a retirada do corpo foi dado pela PSP às 15:50 de terça-feira.

Luís Pimentel adiantou que a idosa foi encontrada na cozinha, junto a um esqueleto de um cão: “O corpo estava deitado de bruços. Não havia maus cheiros e nunca ninguém disse nada”.

Uma fonte da PSP disse à agência Lusa que esta autoridade policial foi chamada ao local para abrir a porta do apartamento onde seria encontrada a idosa.

“Fomos lá no âmbito de um processo de penhora das finanças. Isso permitiu o arrombamento da porta e deparámo-nos com um corpo em decomposição, quase em ossadas”, disse.

Esta fonte adiantou que “numa primeira análise o corpo já estava há vários anos” na cozinha da habitação.

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