“Estas manifestações e aquilo que elas significam dão bem a nota do grau de exasperação a que a sociedade portuguesa já chegou, fruto de um caminho que não apresenta solução, apenas tem apresentado cada vez mais exigências, cada vez mais austeridade”, afirmou o também líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, à margem da apresentação da candidatura de José Contente à presidência da câmara da cidade. Para Vasco Cordeiro, os protestos de ontem são “um sinal” para “todos aqueles que têm responsabilidades públicas”, incluindo o Governo que lidera, no sentido de “haver um acrescido grau de autoexigência, de rigor e da promoção de medidas, que vão ao encontro das necessidades das pessoas”. “Aqui nos Açores, no que tem a ver com as medidas do Governo regional, desde cedo salientámos um rumo diferente”, ressalvou a seguir, acrescentando que, apesar disso, a região não consegue ser “imune à crise e à austeridade”, que “também chega da República”. Porém, sublinhou, o Governo que lidera tem “lançado mão de todos aqueles mecanismos” de que dispõe, “ao nível da autonomia”, para responder às famílias, aos desempregados, às empresas e “àqueles que estão numa situação de maior fragilidade”. Entre outras coisas, destacou a manutenção, “ao contrário do que muitos diziam”, de todos os complementos aos apoios sociais. O movimento “Que se lixe a ‘troika'” convocou manifestações para cerca de 40 cidades, em Portugal e no estrangeiro, de protesto contra a austeridade e pela demissão do Governo. Ainda sem números definitivos, a organização do protesto estima que tenham sido mais de um milhão e meio as pessoas a ir para as ruas, nas diferentes cidades, a nível nacional.
Lusa