“A Autonomia dos Açores está, 40 anos depois, a cumprir os objetivos que lhe foram fixados na Constituição, como a participação democrática dos cidadãos, o desenvolvimento económico e social, a promoção e defesa dos interesses regionais, o reforço da unidade nacional e dos laços de solidariedade entre todos os portugueses”, afirmou Vasco Cordeiro, que falava ontem, em Vila Nova de Gaia, onde participou como orador convidado, num debate promovido pelo Clube dos Pensadores.
O Presidente do Governo, na sua intervenção, salientou a pressão acentuada que se verifica em algumas áreas, como é o caso do setor leiteiro, mas frisou também que a Região apresenta diversas oportunidades, destacando o caso do potencial do Mar.
Neste debate, Vasco Cordeiro apresentou, por outro lado, dados concretos sobre a situação das finanças públicas regionais, recusando a ideia que, por vezes, existe de que a “Autonomia é um sorvedouro de dinheiros públicos e perdulária na forma como administra os recursos à sua disposição”.
No ano em que a Autonomia celebra quatro décadas da sua consagração constitucional, o Presidente do Governo apresentou, ainda, dados elucidativos deste percurso autonómico na Região, ao nível do desenvolvimento social e económico e destacou três circunstâncias importantes neste trajeto da Autonomia, caso das Semanas de Estudos Açorianos e da criação da Universidade dos Açores e da RTP/Açores, “que permitiram gerar um pensamento regional sobre o desenvolvimento do arquipélago, massa crítica e uma identidade a nível regional”.
Com a Autonomia Açoriana como mote, Vasco Cordeiro, encerrou assim o ciclo de debates do Clube dos Pensadores, instituição que recentemente celebrou 10 anos.
Ao longo da sua primeira década de atividade, o Clube dos Pensadores promoveu mais de uma centena de debates, tendo dado a palavra sobretudo a figuras ligadas à política, como Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Passos Coelho ou António Costa, mas também a empresários como Belmiro de Azevedo e Alexandre Soares dos Santos, desportistas como Vítor Baía e músicos como Pedro Abrunhosa.
“O CdP sempre lutou contra o desinteresse na política, a favor do debate de ideias, pela dignidade dos cidadãos, contra as injustiças e pelo combate contra os privilégios”, pugna pela participação cívica e uma verdadeira cidadania, procurando ir de encontro aos anseios da sociedade civil. E , o mais importante dando voz aos cidadãos em todos os debates”, assume Joaquim Jorge, fundador do Clube.
SM/Açores 24Horas
Foto: Clube dos Pensadores
