“Bio-Invasões Marinhas: A Ameaça Silenciosa”, Workshop Internacional, a decorrer na Horta

Está a decorrer na cidade da Horta, ilha do Faial, um Workshop Internacional sobre as espécies marinhas exóticas com potencial invasor sobre a fauna e flora nativas dos Açores , intitulado – “Bio-Invasões Marinhas: A Ameaça Silenciosa”.

Esta iniciativa reune especialistas de diversas organizações, com experiência relevante  e reconhecida no combate, mitigação e prevenção de bio-invasões marinhas. Este grupo multidisciplinar irá nos próximos dias, debater e trocar experiências neste domínio, com o objectivo de encontrar eventuais soluções para combater as bio-invasões recentes e circunscritas e implementar um programa de mon  itorização que vise a mitigação de futuras invasões.

As invasões biológicas constituem um grave problema para os ecossistemas marinhos, reconhecido como a segunda maior ameaça para a conservação da biodiversidade marinha à escala global, logo depois das alterações climáticas.
De acordo com a “Global Invasive Species Program” a introdução e disseminação de espécies invasoras aquáticas é um problema global, cada vez mais frequente, com impactos negativos importantes nos ecossistemas, quer marinhos quer de água doce, com implicações nas actividades económicas que deles dependem.

Até há relativamente pouco tempo, o impacto das espécies marinhas exóticas com potencial invasor sobre a fauna e flora nativas dos Açores parecia não ser significativo, especialmente se comparado com os ambientes terrestres. Contudo, esta situação tem vindo a modificar-se gradualmente durante a última década, possivelmente devido ao aumento do tráfego transatlântico ou a um maior alerta por parte da comunidade científica.

Entre as 55 espécies marinhas exóticas assinaladas por Cardigos et al. (2006), quatro são consideradas exóticas invasoras (EEI), nomeadamente as ascídeas Clavelina oblonga e Distaplia corolla e as algas Asparagopsis armata e Caulerpa webbiana.

Esta última espécie é actualmente motivo de grande preocupação devido ao elevado potencial invasor deste género e à elevada taxa de expansão verificada desde a sua chegada aos Açores em 2000. Esta invasora afecta já uma área considerável do Parque Natural de Ilha do Faial incluindo toda a Zona Especial de Conservação do Monte da Guia, tendo sido nos últimos anos realizado um investimento significativo no combate á sua propagação.

Este workshop é uma organização conjunta do Observatório do Mar dos Açores (OMA), Departamento de Oceanografia e Pescas e Centro do IMAR da Universidade dos Açores e conta com o apoio da Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura.

Paralelamente ao programa técnico e científico, decorrerão também iniciativas destinadas à população em geral, dinamizadas pelo Centro de Ciência do OMA, nomeadamente uma Ciência no Bar, no Café Internacional, e uma oficina pedagógica destinada às escolas na Fábrica da Baleia de Porto Pim.

 

 

Horta.uac/Açores24h

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