As bactérias boas sabem ensinar as batoteiras

colon-genomaUma equipa que inclui investigadores portugueses avança que as bactérias cooperam facilmente.

 

Tal como os humanos, as bactérias também vivem em grupo e cooperam umas com as outras. Tal como nas sociedades humanas, umas trabalham mais, enquanto as batoteiras aproveitam o trabalho das primeiras.

 

 Foi esta relação que Teresa Nogueira (investigadora no Centro de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa e da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto), Eduardo Rocha e outros cientistas do Instituto Pasteur, Paris, tentaram perceber. Descobriram que mais do que libertar para o meio produtos para uso comum, as bactérias cooperativas ensinam as batoteiras a produzi-las.

 

Para chegar a esta conclusão, os cientistas estudaram o genoma de 21 bactérias e. coli, uma das mais abundantes e benéficas que habitam o nosso intestino, onde produzem vitaminas, facilitam a absorção dos alimentos e estimulam o sistema imunitário. Teresa Nogueira explica ao i que os genes que codificam os produtos que as cooperativas libertam foram analisados, descobrindo-se que estão situados em zonas muito móveis – logo, de fácil transmissão para as batoteiras.

 

Mais do que transmitir, as bactérias cooperativas ensinam as outras a conceber produtos, tornando-as cooperativas para as gerações seguintes. Mas as bactérias também podem ser patogénicas e virulentas, provocando doenças infecciosas e resistência a antibióticos.

 

O estudo publicado na “Current Biology” pode ajudar a encontrar formas de travar essa transferência e “impedir que a população bacteriana se torne patogénica”, remata Nogueira.

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