Atuneiros com mais de 20 metros vão ter limite de captura de 25 toneladas de patudo por cada período de quatro dias

A partir de segunda-feira, 2 de julho, as embarcações atuneiras a operar na Região vão ter como limite máximo de captura de patudo 25 toneladas por cada período de quatro dias.

A medida, “numa perspetiva de valorização desta espécie de atum” é fruto de concertação do Governo Regional com a APASA – Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores e a Federação das Pescas dos Açores, onde ficou acordado que os barcos maiores, com capacidade de refrigeração, a partir de segunda-feira, só vão poder descarregar 25 toneladas de patudo de quatro em quatro dias, anunciou o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia hoje, em Ponta Delgada.

Gui Menezes salientou que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Entreposto Frigorífico de Ponta Delgada, frisou que estas descargas “não podem exceder 20% do atum patudo mais pequeno”, ou seja, com peso inferior a 10 quilos.

“Houve uma altura em que os barcos traziam quantidades maiores [de patudo] e estavam a provocar algum distúrbio no mercado”, referiu, acrescentando que “a qualidade do peixe não era a que se pretendia”.

Neste sentido, e para fazer face ao volume de capturas desta espécie que se tem registado na Região, será publicada quinta-feira, 28 de julho, uma portaria que regula o exercício da pescaria pelos atuneiros, para que, “até ao final do consumo da quota, possamos valorizar ao máximo o patudo que está a ocorrer nos Açores”.

Gui Menezes salientou que “Portugal se aproxima do limite da quota disponível para a captura de atum patudo”, adiantando que foram capturadas cerca de três mil toneladas, que correspondem a 82% da quota.

“Está a ser um ano bom de atum, finalmente, depois de alguns anos com fracas safras”, afirmou, acrescentando que, para além do patudo, “o atum bonito também já começa a entrar [nas águas açorianas]”.

“Espera-se que nos próximos meses haja também atum bonito para alimentar as nossas conserveiras”, referiu.

Gui Menezes salientou que o Entreposto Frigorífico de Ponta Delgada está agora “a ser testado nas suas máximas capacidades”, acrescentando que é uma infraestrutura que tem “excelentes condições para armazenar atum”.

O Secretário Regional lembrou ainda que o Governo dos Açores vai proceder a obras nos entrepostos da Madalena, no Pico, e da Horta, no Faial.

Relativamente ao Entreposto Frigorífico da Horta, adiantou que “se prevê que o projeto da obra esteja concluído em julho e que a sua revisão aconteça em agosto para que em setembro se dê início ao procedimento dos concursos públicos”.

Questionado sobre o alegado incumprimento da lei das 15 milhas por atuneiros ao largo da Santa Maria, Gui Menezes afirmou que os “barcos têm MONICAP, um sistema que permite uma monitorização via satélite, e não foi registada nenhuma ocorrência de infração”.

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