Câmara de Ponta Delgada rejeita que encerramento de ruas afaste clientes

A Câmara de Ponta Delgada, nos Açores, reiterou hoje que as alterações ao trânsito visam “uma cidade verdadeiramente sustentável do ponto de vista ambiental, social e económico”, recusando que a medida esteja a afastar clientes da baixa.

Em 03 de dezembro de 2021, o município liderado pelo social-democrata Pedro Nascimento Cabral anunciou que, de 09 de dezembro até 02 de janeiro de 2022, a circulação automóvel estaria proibida em várias ruas do centro histórico. A medida passou de provisória a efetiva em 04 de janeiro.

Uma decisão que os comerciantes têm vindo a criticar, alegando ausência de uma “estratégia” para o centro histórico da cidade açoriana e quebra do movimento, tendo colocado recentemente cartazes em vários estabelecimentos como forma de protesto com a frase “Também Somos Ponta Delgada”.

No mesmo comunicado, o município diz que “não pode aceitar que a falta de transeuntes” no centro histórico se deve às alterações ao trânsito na cidade, manifestando “a certeza que, com o fim das medidas de confinamento e com a chegada da primavera, Ponta Delgada será uma cidade muito mais atrativa”.

A autarquia refere, por exemplo, que, de acordo com a Autoridade Regional de Saúde, São Miguel contabilizava na quarta-feira “14.143 casos positivos de covid-19, sendo Ponta Delgada o concelho com mais residentes e postos de trabalho afetados pela pandemia”.

“São 14.143 pessoas em isolamento, um número que garantidamente ascende aos 30.000, se contabilizarmos os co-habitantes que se encontram igualmente confinados. Esta é, pois, uma situação que tem originado uma menor circulação de veículos e de pessoas, não só no centro histórico, mas também noutras artérias da cidade e do concelho como é, aliás, bem visível nos principais pontos de entrada e de saída de Ponta Delgada”, aponta.

A autarquia refere ainda que as medidas de contingência nas últimas semanas para “proteger a saúde das pessoas têm impedido” que a Câmara “implemente o seu programa de dinamização cultural e económico previsto”, embora sejam promovidos “alguns apontamentos musicais para assinalar datas temáticas e promover o centro histórico”.

A Câmara rejeita igualmente que haja falta de estacionamento no centro da cidade.

“Não corresponde à verdade uma vez que os parques que a servem não ultrapassam os 40 % de ocupação”, diz a autarquia, lembrando que o centro histórico de Ponta Delgada “está servido por três parques de estacionamento”, o de São João, Avenida e Castilho, situados “a menos de 200 metros das artérias agora condicionadas ao trânsito”.

A maior autarquia dos Açores reafirma a disponibilidade para cooperar e para o diálogo com vista “à implementação de medidas que conduzam ao progresso de Ponta Delgada e das suas populações”.

“É responsabilidade do município fomentar a inevitável descarbonização da cidade, tornando-a mais amiga do ambiente, e motivar padrões de vida ativos e saudáveis, através da promoção da mobilidade sustentável e da criação de um meio urbano qualificado, acessível, verdadeiramente inclusivo, absolutamente centrado na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, sublinha a autarquia.

 

Lusa

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