Corações invadem São Miguel pela mão de pintor belga

Mais de duas centenas de pinturas  do pintor Yves Decoster embelezam o exterior de casas, escolas, edifícios oficiais ou moradias abandonadas em São Miguel, tendo em comum o mesmo traço: corações que pretendem sensibilizar para o amor.
A residir na ilha de São Miguel, nos Açores, há 25 anos, o artista já encheu a ilha de São Miguel com 205 pinturas dos Mosteiros ao Nordeste, levando “cor e positivismo” à vida das pessoas.
“São borboletas, gatos, golfinhos mas tudo tem de ter um coração, o símbolo do amor”, afirmou à Lusa o artista, que frequentou a Academia das Artes de Antuérpia.
Yves Decoster começou por pintar um coração para “um amigo em 2011”.
“Ele tinha uma casa de despejo na rua. E lá existia um muro de pedra com uma janela, para mim já é uma moldura. Faltava a pintura. E pedi para pintar um coração”, conta.
Mas o projeto rapidamente ganhou “tantos adeptos” que começaram a surgir várias solicitações e o artista contabiliza até hoje 205 pinturas onde estão “incorporados corações, na sua maioria em casas privadas muros, escolas, edifícios oficiais”.
“Isto é uma arte para comunicar”, sublinhou, frisando que o projeto pretende “sensibilizar as pessoas para o amor, positivismo e alegria de viver”.
O artista sublinha que “o coração é o símbolo do amor pela natureza e amor pelas pessoas”.
“É, no fundo, trazer cor à vida das pessoas”, frisa o pintor belga, que se rendeu aos encantos dos Açores e optou por fixar residência em São Miguel seis anos depois de ter visitado a ilha em 1982.
Quando pintou o primeiro coração, Yves Decoster nunca pensou ter a partir daí tantas solicitações e hoje tem uma agenda “preenchida com muitas solicitações”.
“A esposa do meu amigo, quando regressou a casa depois do trabalho, viu o coração e ficou muito feliz. O meu amigo disse-me: quando fazes pessoas felizes com um pequeno desenho, continua”, relata o pintor, que a partir daí começou por “solicitar sítios na Lagoa para pintar aquele símbolo, sempre com a respetiva autorização”, mesmo tratando-se de uma casa abandonada.
Ao adaptar a arte a “um apelo ao amor”, o artista justifica “este projeto pessoal” com a constatação de que “falta amor num mundo que hoje em dia é tão complicado”.
Ponto comum são os corações, mas as restantes “dicas” partem também das próprias pessoas, segundo o artista, o que reflete também “o estado de alma das pessoas”, garantindo que o ato em si da pintura no exterior acaba por juntar “muitas pessoas num autêntico convívio”.
Prova disso mesmo são os quatro corações, que simbolizam os netos de uma mulher, como fez questão de solicitar a própria.
O artista garante à Lusa que até do “estrangeiro” já teve solicitações de turistas que chegam a São Miguel.
“Para eles isto é o símbolo da ilha”, refere Yves Decoster, que criou também uma página na rede social Facebook para divulgar o projeto.
Yves já fez várias exposições, desde 1990, “com pinturas figurativas, corpos humanos”. Em outubro prepara-se para expor novamente em Ponta Delgada com outras pinturas da sua autoria.

 

Lusa

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