Estratégia para as comunidades não pode ser reduzida a “políticas interesseiras”

O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu, no Brasil, que a estratégia voltada para as comunidades portuguesas no exterior não deve ser reduzida a “políticas interesseiras”, que visam apenas o investimento destes países em Portugal.
“A política atual não é uma política que visa especificamente às comunidades portuguesas emigradas, pelo contrário, acho que neste momento o Governo da República preocupa-se que, destes países onde existem comunidades, haja investimentos em Portugal”, afirmou Carlos César, em declarações à imprensa portuguesa, na Casa dos Açores, no Rio de Janeiro.

Para o presidente do executivo açoriano, o Governo português não pode esquecer que a “verdadeira plataforma de comunicação” que o país possui com estes investidores estrangeiros, que Portugal tanto precisa nesse momento, são os integrantes destas comunidades.

“Aquilo que eu recomendo ao Governo português, e posso fazê-lo, porque sou um cidadão português, é que não se esqueça de que o relacionamento do Governo com o Brasil, com Angola, com EUA ou com Canadá, não pode esquecer os portugueses que vivem nestes países”, reforçou.

Aos integrantes da comunidade, César recomendou que se associem às entidades locais e mantenham sempre o contacto com o novo e com os jovens, para renovarem as suas políticas, porém sem perder suas raízes.

O presidente do Governo açoriano considerou ainda que a crise enfrentada atualmente por Portugal gera um momento de dificuldade, mas também um momento que pode “mobilizar” os portugueses.

“É importante que haja mensagens claras no sentido de que os sacrifícios que muitos agora fazem valerão a pena no futuro, para que não seja desmoralizador aquilo que hoje está a afetar famílias e empresas em Portugal”, defendeu.

Carlos César participou na noite de quarta-feira (madrugada de Lisboa) na abertura das celebrações dos 60 anos da Casa dos Açores no Rio de Janeiro, cidade por onde passou antes de viajar hoje para o sul do Brasil.

No Rio Grande do Sul – região brasileira povoada inicialmente pelos açorianos, em meados do século XVIII – será firmado um acordo de cooperação com o governador do estado, Tarso Genro.

“É um acordo importante porque marca uma passagem de um plano de intenções para um conjunto de obrigações e de metas, que devem alimentar uma cooperação no plano económico, empresarial e institucional entre as duas regiões”, explicou Carlos César.

A expetativa, segundo o presidente do Governo regional, é que as duas regiões, ligadas por fortes laços históricos, possam, a partir deste acordo, dar um “salto qualitativo” nas suas relações.

O acordo é assinado como marco dos 250 anos do povoamento do estado brasileiro pelo povo açoriano.

Na ocasião, Carlos César receberá a Grã-Cruz da Ordem do Ponche Verde, maior homenagem conferida pelo estado do Rio Grande do Sul.

No Rio de Janeiro, a cerimónia contou com a presença de aproximadamente 170 açorianos e seus descendentes e com a atuação do grupo de música folclórica Padre Tomáz Borba.

 
 
Lusa
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