Na baliza do Atlético de Madrid mora Sergio Asenjo, um miúdo talentoso de 21 anos que gosta de caçar nos tempos livres. E não falamos de perdizes ou outras aves comezinhas que voam. Não. Asenjo mata javalis ou cerdos por desporto. Daí a alcunha: Jabalí. Infelizmente para ele, há animais que não se caçam porque simplesmente não existem: os unicórnios ou os dragões, por exemplo. São míticos. Como também os são os saltos de Bruno Alves, que voa como um dragão (que é) sobre os adversários.
Ontem, o capitão do FC Porto voltou a elevar-se a um nível estratosférico e lá bem em cima, com os joelhos à altura da cabeça de quem o defendia, marcou o primeiro golo do jogo. Estavam passados apenas dois minutos desde o apito do francês Stéphane Lannoy, acostumado a ver saltos daqueles só nos jogos de consolas que distribui na vida profissional. Pouco tempo depois, aos 14’, o FC Porto voltou a mexer no marcador – remate de Fucile, Asenjo defende para a frente e Falcao voou baixinho para o segundo golo do jogo.
Jesualdo tinha dito que não estava na tanga ao desvendar seis dos titulares em conferência de imprensa. E desse sexteto, só Varela não começou de início. Sem Varela, houve Valeri, a surpresa. Os portistas, já qualificados e com Valeri – que deve preferir o chá de valerianas ao mate – no onze, reduziram a intensidade. E Quique Flores ficava à beira de um ataque de nervos, a protestar com o árbitro.
A ideia do FC Porto era controlar os avanços dos espanhóis e esperar pelos seus erros, porque o Atlético é uma equipa com ataque de primeira água e defesa de águas passadas: Forlan e Agüero são Perrier; Perea e Valera jorram de uma qualquer torneira de casa.
Na segunda parte, Jesualdo trocou o adormecido Valeri por Guarín mas também já fizera entrar Sapunaru (o tal que provocou zaragatas na Roménia por estar bêbado) pelo lesionado Maicon. E o FC Porto, pois, continuou igual a si mesmo. Relaxado mas com nervo para fazer golos: Hulk (76’) disparou de longe sobre o caçador Ansejo e matou o jogo moribundo.