Fórum Autonomia acusa Governo de atitude discriminatória e separatista

O Fórum Autonomia da Madeira (FAMA), que integra várias personalidades da região, considerou hoje que o Governo está a adotar uma “atitude discriminatória e separatista” contra o arquipélago, sustentando que os tratamentos de injustiça à população “têm sempre consequências”.

Num comunicado, a organização, de que faz parte o presidente do Executivo madeirense, Alberto João Jardim, aconselha o Governo, de coligação PSD/CDS-PP, “a rever suas atitudes de hostilidade flagrante contra a região”, desafiando-o a arrepiar caminho e a garantir à população “condições” para honrar os seus compromissos sem comprometer “o futuro desta e das gerações seguintes”.

“Se isso não acontecer, o povo madeirense saberá retirar as suas conclusões. E é prudente evitar o que já ocorreu no passado e está retratado nos livros de História: os tratamentos de injustiça ao povo madeirense têm sempre consequências!”, lê-se no documento assinado pelo seu presidente, Gabriel Drumond.

Segundo o Fórum, o Governo, liderado pelo social-democrata Pedro Passos Coelho, da mesma cor política que o Executivo regional, trata a região “como de um país estrangeiro se tratasse e inimigo da pátria comum”, pelo que põe em causa o “Estado de Direito Democrático ao não respeitar a Constituição da República e o Estatuto Político da região”.

“O povo madeirense rejeitará, por todos os meios ao seu alcance, as malfeitorias e a imposição de políticas coloniais que a República teima em levar a cabo contra a vontade e em prejuízo da região, de que a abjeta recusa de um mero adiantamento de dinheiro que nos pertence para financiar medicamentos é apenas um dos últimos exemplos”, refere o FAMA.

No comunicado, emitido um dia depois de o presidente do Governo Regional ter afirmado que não assina nenhum plano de ajustamento financeiro “inexequível” e ter admitido a ocorrência de uma “crise política”, a organização reivindica a divulgação das dívidas do Continente e dos Açores.

“Exige-se, em nome da verdade, que além dos 3,5 mil milhões de euros da dívida dos Açores, apurada pelo Tribunal de Contas, sejam divulgados os números da dívida geográfica do Governo de Carlos César, empresas regionais, como por exemplo a SATA, câmaras municipais e respetivas empresas, que se suspeita ser superior a 5 mil milhões de euros”, pede o Fórum Autonomia da Madeira.

O Fórum refere ainda ser inaceitável “o silêncio ensurdecedor” em torno da dívida do Continente – Estado, câmaras e respetivas empresas, e institutos – “de cerca de 550 mil milhões de euros”, de que “nenhum órgão de comunicação social se digna tratar”.

“O FAMA alerta a opinião pública para este absurdo jogo de dissimulação que os detentores de cargos de responsabilidade na República decidiram fazer, bombardeando a população nacional com a falsa ideia de que a Madeira é a culpada do que vem acontecendo ao país, quando Portugal chegou a esta situação devido às políticas erradas e criminosas desencadeadas a partir do Terreiro do Paço desde há muitos anos”, acrescenta.

 

 

Lusa

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