Governo dos Açores vê com cautela decisão da Câmara dos Representa​ntes dos EUA

O presidente do Governo dos Açores considerou hoje “muito positiva” a decisão da Câmara dos Representantes dos EUA em relação às Lajes, mas destacou que ainda precisa de ser aprovada pelo Senado e que só tem efeitos durante 2014.
A Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) aprovou na quarta-feira uma alteração à “lei de apropriações de defesa” – que determina o orçamento das forças armadas norte-americanas no próximo ano – relacionada com a base militar das Lajes, na ilha Terceira.
Segundo sublinhou hoje o presidente do Governo açoriano, Vasco Cordeiro, essa alteração estabelece que “nenhum dos fundos dessa lei” pode ser utilizado “para proceder a qualquer redução na base das Lajes” em 2014.
Vasco Cordeiro acrescentou que, apesar de “muito positivo”, este passo “deve ser encarado com prudência e com cautela”, por serem orientações que valem apenas para o ano fiscal de 2014 e por faltar a aprovação do Senado dos EUA.
“Continuamos naturalmente a trabalhar neste assunto, continuamos com um conjunto de iniciativas, que preferia neste momento manter reservadas, sobre esta matéria, mas a verdade é que ainda tem de ser aprovada, e não foi, pelo Senado”, afirmou.
O Governo Regional continua, por isso, a encarar as intenções dos EUA de reduzir significativamente a presença de militares e familiares nas Lajes “com preocupação”, alertando Vasco Cordeiro mais uma vez para “o impacto social e económico” que essa decisão poderá ter “na ilha Terceira em particular e na Região Autónoma dos Açores em geral”.
Se a decisão da Câmara dos Representantes for ratificada, permitirá “ganhar tempo” para “cimentar e aprofundar a exploração de algumas oportunidades na utilização alternativa da base das Lajes”, acrescentou Vasco Cordeiro.
Por outro lado, considerou que é também um “sinal político”, que obriga o Senado dos EUA a abordar a questão das Lajes e a deliberar sobre ela, o que “poderá conduzir a vários cenários”.
Vasco Cordeiro disse que o Governo Regional centra agora os seus esforços no Senado: “Há amigos dos Açores no Senado e na sociedade civil dos EUA que têm correspondido positivamente ao trabalho e ao convite do Governo dos Açores nesta questão”, afirmou.
“E se é certo que temos desenvolvido um intenso trabalho, muito dele reservado, é justo reconhecer que este passo que se deu ontem [quarta-feira] se deve ao empenho, à dedicação e ao trabalho de um conjunto alargado de amigos dos Açores em Portugal que se têm empenhado nesta matéria e, obviamente, nos EUA”, afirmou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.
A este propósito, destacou o trabalho desenvolvido nesta matéria pelo embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, por instituições “representativas dos interesses dos portugueses nos EUA” e por um conjunto de congressistas, que foram os autores desta iniciativa agora aprovada, alguns deles descendentes de açorianos e outros eleitos por círculos eleitorais onde há importantes comunidades oriundas do arquipélago.
Em 14 de junho, o Congresso americano tinha já aprovado um projeto de lei que adiava qualquer decisão sobre a redução da presença americana nas Lajes até à divulgação de um relatório no final do ano.

 

Lusa

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