Trabalhado​res e empresário​s cautelosos sobre efeitos de emenda que proibe redução dos EUA

 Trabalhadores das Lajes e empresários da Terceira estão cautelosos quanto aos efeitos da aprovação, nos EUA, de uma emenda que proíbe a redução da estrutura militar norte-americana na base da ilha em 2014, embora reconheçam que pode ser positivo.
O presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores portugueses na Base das Lajes, João Ormonde, considerou que a emenda trouxe mais tempo para reivindicarem a inversão do processo de redução da estrutura militar dos EUA.
“É sempre uma esperança porque ganhamos tempo. Vamos poder continuar a fazer ‘lobbying’ e a reivindicar”, adiantou, em declarações à Lusa, salientando, no entanto, que “não vem esclarecer em definitivo o que está na proposta”.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma emenda à lei que define o orçamento da Defesa para o próximo ano que proíbe a Força Aérea norte-americana de reduzir a estrutura militar da Base das Lajes em 2014.
Os norte-americanos tinham prevista uma redução do contingente nas Lajes em mais de 400 militares e 500 familiares, já a partir do próximo ano.
Para João Ormonde, a proposta aprovada pela Câmara dos Representantes, que ainda carece de escrutínio do Senado, adia apenas por um ano a redução do efetivo militar na base, mas não adianta se há alteração no que estava inicialmente previsto.
Nesse sentido, alegou que as expetativas dos trabalhadores são “moderadas”.
Por sua vez, Vítor Silva, dirigente da União de Sindicatos de Angra do Heroísmo, salientou, em declarações à Lusa, que a emenda aprovada é “uma recomendação apenas”.
Ainda assim, considerou que é uma “oportunidade” que o Estado português pode “rentabilizar”, porque “ganha margem de manobra e reforça a sua posição”.
“Dá mais possibilidades à diplomacia portuguesa de reforçar os seus argumentos”, salientou, acrescentando que era fundamental que o Estado português tivesse nesta altura “os estudos todos prontos para tirar partido desta situação”.
Vítor Silva lamentou que o sindicato e os trabalhadores esperem há mais de seis meses por uma audiência com os ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, considerando que seria bom que todos se envolvessem “com a mesma intensidade, procurando resultados positivos”.
Para Sandro Paim, presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, a aprovação desta emenda resulta de uma “diplomacia bem feita” até ao momento.
“A diplomacia está a funcionar, estamos a fazer um trabalho positivo, mas ainda não está concluído”, salientou, em declarações à Lusa, alegando que é preciso dar continuidade ao trabalho diplomático e ao estudo das possíveis contrapartidas económicas, que possam mitigar uma eventual redução do efetivo militar norte-americano na Base das Lajes.
Para o representante dos empresários da ilha Terceira, os Açores têm de continuar “atentos”, porque ainda falta aprovar esta proposta no Senado.

 

Lusa

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