José Manuel Bolieiro propõe “projeto para a década” na Saúde e Educação

O presidente do PSD/Açores propôs, na abertura do 24.º Congresso do partido, um “projeto para a década” nos setores da Saúde e Educação, alegando que a resolução de problemas como o insucesso escolar e as listas de espera cirúrgicas é “inadiável”.

“Uma sociedade educada, culta e saudável assegura, como nenhuma outra, sucesso e produtividade. Tudo o resto é declinação deste sucesso”, afirmou José Manuel Bolieiro, no início da reunião magna do PSD/Açores, que decorre na Madalena, ilha do Pico.

Para o líder dos social-democratas açorianos, “impõe-se um eficaz combate ao insucesso e ao absentismo escolar, que mancham e marcam hoje a nossa realidade educativa”.

“Pelos dados conhecidos no final do ano passado, os Açores registaram dos piores resultados em Portugal no relatório PISA tanto em leitura, como em ciências e matemática, piorando em relação a 2015”, lembrou.

José Manuel Bolieiro salientou que “não se pode achar normal que o Governo Regional desvalorize os dados, como o fez”.

“O futuro pede-nos trabalho e projeto para o sucesso educativo das nossas gerações mais jovens. Requer um trabalho de fundo num projeto para a década, começando, sem qualquer adiamento e com máxima prioridade, o combate, sem tréguas, ao absentismo e ao insucesso nas geografias e manchas de comunidades excluídas das melhores oportunidades”, defendeu.

Na Saúde, o presidente do PSD/Açores referiu que o partido se propõe alcançar a “efetiva acessibilidade universal das pessoas e famílias aos cuidados de saúde, combatendo o inaceitável imaginário de que há uma saúde para ricos e outra para pobres”.

Urge uma estratégia de década para a eficiência e eficácia do Serviço Regional de Saúde. Como medida específica para o tratamento da doença importará garantir, desde já, a universalidade no acesso ao Vale Saúde a todas as especialidades, que não deve ser uma opção seletiva de apenas algumas em detrimento de outras”, afirmou.

Segundo o líder social-democrata, “a medida deve abranger todos os doentes inscritos em Lista de Espera Cirúrgica e cujo Tempo Máximo de Resposta Garantido tenha sido ultrapassado, respeitando a sua prioridade na lista, e de acordo com a sua antiguidade”.

“Urge eliminar, progressivamente, as listas de espera cirúrgicas, que atingem atualmente mais de 11 mil utentes, com recurso universal e racional ao Vale Saúde. Esta é uma das medidas inadiáveis, até porque já está prevista”, considerou.

Na sua intervenção, José Manuel Bolieiro alertou para o facto de o passivo do sector público empresarial regional estar a aumentar a cada ano, “pondo em causa de forma perigosa o equilíbrio das finanças públicas açorianas”.

“Só em juros anuais os Açores várias dezenas de milhões euros no âmbito do Setor Público Empresarial da Região”, apontou.

O líder social-democrata sublinhou que, “entre os outros casos preocupantes, está o exemplo do grupo SATA e o futuro do seu indeclinável serviço público, que estão em risco, com perigosos danos de reputação que põem em causa os Açores como destino turístico e desconsidera de forma inaceitável os nossos emigrantes”.

“O nosso entendimento é que a SATA é de superior interesse regional e o compromisso tem de ser o de promover a sua solvência e manter a SATA no setor público empresarial regional, financeiramente resgatada e com gestão profissionalizada. A gestão do grupo SATA tem destruído valor em consequência de graves erros de estratégia de gestão”, frisou.

Para o presidente do PSD/Açores, “impunha-se transparência no processo de alienação dos ditos 49 por cento do capital social da SATA Internacional e que aquele não tivesse sido um fracasso profundo”.

“Impõe-se agora que o Governo Regional informe se vai, ou não, avançar de imediato com a alienação parcial do capital social da SATA Internacional, como prometeu que iniciaria este processo até final de 2019”, disse.

Dirigindo-se aos congressistas, José Manuel Bolieiro afirmou que “é tempo de inaugurar uma nova cultura de Autonomia, mais adequada aos novos desafios da nova década, do novo século, do novo milénio”.

“Um novo ciclo de Autonomia de Responsabilização. Não é o governo a controlar todos e a mandar em tudo. É um pacto de corresponsabilização entre a cidadania, a sociedade civil, as freguesias, os municípios, a Região e o Estado e a União Europeia”, frisou.

O presidente do PSD/Açores assegurou que não fará do cargo “um espaço de ataques pessoais, mas sim de respeito pelos adversários”.

“Não falarei mal do poder só por estar na oposição. Não faltarei ao respeito que é devido aos meus adversários e às nossas instituições. É assim que me proponho liderar, mais do que a oposição partidária, uma alternativa de governo. Quero que façamos a diferença”, garantiu.

O líder social-democrata acrescentou que “mais importante que o partido são as pessoas e os Açores”, tendo defendido que “é preciso sair do partido, entrar na sociedade e ficar ao lado do povo”.

“Não corri para ser. Corro para fazer! E é para isso que me candidato a Presidente do Governo. Para assumir uma liderança social-democrata, autonómica e comprometida com os Açores, com o seu povo, com o seu desenvolvimento e com o nosso futuro”.

José Manuel Bolieiro anunciou ainda que cessará as suas funções na Câmara Municipal de Ponta Delgada a partir de 2 de março, um dia com “simbolismo histórico”, dado que se comemoram 125 anos do decreto autonómico de 1895, que consagrou a primeira Autonomia dos Açores”.

“A partir do próximo dia 2 de março, passarei a ficar disponível, a tempo inteiro, para o nosso Partido. Vou continuar a ser como sou. Não mudo o meu caráter. Mudo o meu encargo”, afirmou José Manuel Bolieiro.

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