Jovens agricultores contra instalação de estação naval

A Associação de Jovens Agricultores Micaelenses (AJAM) manifestou hoje ao Governo dos Açores discordância sobre a instalação de uma estação de comunicações navais em Santana, Ribeira Grande, no que considera ser um dos melhores terrenos agrícolas de S. Miguel.

Hélio Carreiro, presidente da associação, recordou que o terreno “está cedido por 20 anos” à AJAM, acrescentando que o executivo regional “assinou há dois anos um protocolo com o Ministério da Defesa que afeta à Marinha 13 hectares” daquele espaço, que tem um total de 52 hectares.

“Há outros sítios onde podem ser feitas essas construções, há muitos edifícios, como quartéis, que estão ao abandono completo”, afirmou em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o secretário regional da Presidência, defendendo que “a colocação de betão e antenas não é a melhor utilidade para um terreno daqueles”.

Por seu lado, André Bradford, secretário regional da Presidência, frisou que a decisão foi tomada tendo por base “a indicação da direção anterior da AJAM, de que era possível arranjar uma forma de articular os interesses”.

André Bradford salientou ainda que a localização resultou de “um estudo independente que apontava para o fato de a área ser aquela que, do ponto de vista técnico, dava maiores garantias de sucesso da instalação de uma infraestrutura daquele tipo”.

“O acordo em causa foi feito em julho de 2009 entre o executivo açoriano e o Ministério da Defesa e ficou estabelecido que o governo cederia a ocupação de uma parcela de terreno em Santana para a instalação de uma estação de comunicações navais em substituição da rádio naval da Horta”, afirmou.

Segundo André Bradford, “em contrapartida, o Ministério da Defesa cedia ao Governo Regional a utilização de alguns imóveis e edifícios, incluindo a estação rádio naval da Horta, o Hospital da Boa Nova, em Angra do Heroísmo, e o Castelinho de Santa Clara, em S. Miguel”.

O secretário regional afirmou que o executivo açoriano “vai fazer um ponto de situação com o Ministério da Defesa”, a quem também pretende apresentar “algumas das questões que os jovens agricultores levantaram”.

Uma dessas questões tem a ver com a possibilidade de “garantir que a parcela maior de terreno que fica em usufruto da Associação de Jovens Agricultores seja contígua e não haja separações”.

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