O secretário regional da Agricultura e Florestas anunciou a publicação, segunda-feira, da portaria que regulamenta o acesso dos agricultores às linhas de crédito criadas pelo Governo dos Açores para ajudar o sector a enfrentar as dificuldades resultantes da crise mundial.
Noé Rodrigues falava, sexta-feira à noite, num encontro com agricultores da Povoação, na sede da Cooperativa Agrícola do Leste.
Tratou-se da primeira de várias sessões de esclarecimento programadas para todas as ilhas com o objectivo de informar os agricultores sobre as várias formas de apoio criadas para ajudar os produtores a enfrentar os problemas resultantes do aumento das taxas de juros e da escassez de oferta de financiamento.
O secretário regional da Agricultura e Florestas reafirmou que dessas linhas de crédito podem beneficiar todos os agricultores açorianos, que serão compensados da alta das taxas de juro registadas entre de Janeiro de 2006 e de Outubro de 2008 e que provocaram um aumento dos custos nas estruturas de produção com consequências para a rentabilidade da actividade agrícola.
O Sistema de Apoio Financeiro à Agricultura (SAFIAGRI) integra uma linha de compensação financeira dirigida a todos os agricultores que possuam encargos bancários provenientes de empréstimos contraídos e destinados a investimentos realizados nas explorações agrícolas.
Outra linha de crédito criada no seu âmbito visa apoiar o fundo de maneio, bonificando o crédito financeiro e reforçando o desenvolvimento e a melhoria das condições orgânicas e funcionais das actividades do sector para todas as explorações agrícolas da Região.
Neste caso poderão candidatar-se todos os produtores agrícolas a título individual ou colectivo, cujo plano financeiro proposto seja considerado viável pela instituição de crédito.
Uma terceira modalidade de apoio, complementar do PRORURAL, destina-se a financiar projectos de investimento nas explorações agrícolas que sejam devidamente aprovados, validados e contratados, permitindo antecipar os apoios provenientes da União Europeia.
Para Noé Rodrigues, “ao contrário do que alguns tentam insinuar, estas linhas de crédito não se destinam a trazer maior endividamento para os agricultores regionais, mas sim para proporcionar maior liquidez para os produtores e cooperativas, dando-lhes condições para continuarem a produzir com qualidade através da melhoria das suas condições de trabalho”.