O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou o primeiro-ministro José Sócrates de ter levado “deliberadamente” o país para a actual situação e pediu para que deixe de tratar os portugueses como “imbecis”.“José Sócrates preferiu continuar a dizer que estava tudo bem, que a oposição era irresponsável e que o líder do PSD punha mal Portugal na Europa. O primeiro-ministro conduziu deliberadamente Portugal a uma situação em que está à beira da insolvência”, afirmou Passos Coelho, num comício em Ponta Delgada que encerrou uma visita aos Açores. Pedro Passos Coelho salientou esperar que José Sócrates “siga o seu caminho e deixe de considerar os portugueses como imbecis, porque os portugueses sabem bem o que se passou”. Para o líder social-democrata, “o que se passou em Portugal nos últimos anos não tem perdão”, frisando que o governo socialista “só se pode queixar de si próprio e não pode apontar o dedo ao PSD”. Num longo discurso de mais de 30 minutos, Passos Coelho afirmou que “o PSD não faz birras com Portugal” e recordou que o partido alertou, repetidas vezes, para a situação em que o país se encontrava, mas não foi ouvido pelo governo socialista. “Portugal ia ajudar a salvar o euro, lembram-se de o primeiro-ministro o ter dito?”, questionou o líder social-democrata, acrescentando que “todo o país sabe o que aconteceu” porque “José Sócrates acha que não é preciso dar o exemplo quando se pedem sacrifícios”. Passos Coelho reafirmou que as eleições de 5 de junho são “a última oportunidade desde que o país entrou no euro para criar uma janela de crescimento”, salientando que o PSD tem como prioridades desenvolver “um programa de emergência social” para apoiar os mais necessitados e “pôr o país a crescer”. Na sua intervenção, Passos Coelho elogiou ainda a líder do partido nos Açores, Berta Cabral, que considerou ser a “candidata a presidente do governo regional que os açorianos merecem”, e afirmou o seu “orgulho na obra da autonomia regional, que nasceu e cresceu com o PSD”. O “compromisso do PSD com a autonomia regional” dominou a intervenção de Berta Cabral, frisando que o programa eleitoral do partido “supera todas as promessas e contraria todas as mentiras repetidas pela dupla Sócrates/César em desespero de causa”. Para Berta Cabral, o “melhor elogio” que se pode fazer a Passos Coelho é dizer que ele é “o contrário de José Sócrates”, frisando que o líder socialista “foi o pior primeiro-ministro de que há memória”. Por seu lado, Mota Amaral, cabeça de lista do PSD pelos Açores, apelou ao “entusiasmo” na campanha eleitoral, lamentando ver “tanto desinteresse na vida política”. Pedro Passos Coelho cumpriu sábado um dia de campanha nos Açores, tendo visitado as ilhas do Pico, Faial e Terceira, culminando com um jantar comício em Ponta Delgada.
