A Eurodeputada Patrão Neves participou hoje no ” European Ideas Network”- Universidade de Verão do Partido Popular Europeu, intervindo no âmbito da mesa redonda “Investigação e Inovação”, tendo considerado este um ” grande desafio e desígnio da União Europeia, especialmente no quadro da fase final das negociações do Acordo de Livre Comércio com o Canadá e do início, na próxima semana, das negociações com os Estados Unidos.
O encontro, que decorreu durante esta semana na cidade do Porto, sob o tema “A União Europeia e as Américas: um projeto Atlântico de crescimento e prosperidade”, contou com diversos especialistas e mais de 300 participantes que, durante três dias, debateu o futuro da União Europeia, num momento em que este continente se volta a orientar para o Atlântico, após os diversos alargamentos para leste.
Na sua intervenção, Patrão Neves começou por referir “a importância do arquipélago, que fica entre estes dois poderosos continentes, podendo servir como base para um maior conhecimento científico ao nível do conhecimento dos oceanos, dos fundos marinhos, das alterações climáticas, entre tantos outros sectores tão importantes para ambas as partes. Esta é uma forma de transformar uma região ultraperiférica, no caso dos Açores, numa região ultracentral, nesta nova orientação política europeia”, defendeu.
Na sessão, que contou com um painel de especialistas de ambos os lados do Atlântico, Patrão Neves referiu que “no caso europeu, não basta dizer que queremos mais conhecimento, mais investimento no conhecimento, mas sim praticá-lo. Muitas vezes a Europa toma decisões com implicações diversas, sem terem por base os estudos necessários que as sustentem.”
A Eurodeputada deu o caso do registo de patentes como exemplo, explicando que “os custos ao nível europeu são incomparavelmente superiores aos praticados nos Estados Unidos, de em média 36000 euros para 1850 euros, até porque os mesmos terão de ter em conta as especificidades de 23 línguas, ao invés dos EUA”.
Outro exemplo dado “prende-se com a estratégia do Atlântico, em que se espera um aumento de 7milhões de empregos e 600 mil milhões de euros até 2020, nas áreas da economia marítima, particularmente e a título de exemplo, pesca e aquicultura, construção naval, turismo, energia e biotecnologias marinhas”.
A finalizar a sua intervenção, Patrão Neves referiu que “importa criar e aproveitar as sinergias existentes entre estes dois continentes, com vista a potenciar a investigação científica que atualmente se faz, com o objetivo de, no meu entender, criar postos de trabalho, pelo que a investigação, conhecimento científico e inovação deverá ser direcionada para áreas facilitadoras da criação de novos pontos de trabalho, pois o que temos assistido passa pelo divórcio entre a academia, centros de investigação e as empresas”, tendo ainda acrescentado que “se tem centrado muito a discussão na relação com os Estados Unidos, deixando de fora o Canadá e toda a América Central e do Sul, que mais uma vez, coloca os Açores no centro deste novo paradigma do Atlântico”.