Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada enaltece herança de Alberto I “forjada no amor pelos oceanos”

Foto - EDUARDO COSTA

O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, enalteceu esta tarde a relação de Alberto I com os Açores, “forjada no amor pela ciência, muito em especial, pelos oceanos, e que encontrou nas nossas ilhas imenso espaço para a descoberta e observação científica dos fundos marinhos e da sua zoologia.”
Uma “herança” que o trisneto Alberto II “tão empenhadamente preserva e promove”, reconheceu o autarca na Cerimónia de Boas-Vindas à Cidade de Ponta Delgada do Príncipe Alberto II, no âmbito das Campanhas Oceanográficas de Alberto I do Mónaco aos Açores.
O Presidente afirmou, na ocasião, que “o mar é o maior recurso da nossa sustentabilidade” e lembrou que Portugal está entre os maiores países em grandeza oceânica e que os Açores têm a maior dimensão marítima do todo do país: têm a maior Zona Económica Exclusiva, com uma área de aproximadamente 1 milhão de quilómetros quadrados, que representa 55% da Zona Económica Exclusiva portuguesa, e cerca de 15% da Zona Económica Exclusiva Europeia.
Razão pela qual “importa que se reconheça nos Açores e nesta grandeza natural a maior vantagem da nossa insularidade”, defendeu.
Numa Praça Gonçalo Velho Cabral repleta de gente, entre entidades e curiosos, Pedro Nascimento Cabral enfatizou que nesta visita foi consolidado “o saber sobre a forte ligação do Mónaco aos Açores e aos Açorianos. Uma relação nascida pela investigação apaixonada de Alberto I pela oceanografia nestas paragens do Atlântico. De seu trisavô registamos o mérito da fundação do Instituto Oceanográfico de Paris e do Museu Oceanográfico do Mónaco, que colocou os Açores no limiar dos registos científicos
europeus e mundiais”.
O edil considerou que o entusiasmo de Alberto I pela oceanografia, que o levou, também, a interessar-se pela meteorologia, “foi determinante para que hoje o papel estratégico dos Açores seja sobejamente reconhecido nas previsões meteorológicas europeias e do mundo banhado pelo Atlântico Norte” e lembrou a confiança e respeito que Alberto I detinha pelos investigadores açorianos do seu tempo, como o Coronel naturalista Francisco Afonso Chaves.

Alberto II do Mónaco expressou a sua felicidade por regressar aos Açores, depois da sua visita em 2004, recordou que o bisavô escreveu em 1886 sobre as mulheres açorianas e
terminou a sua intervenção com um obrigada, proferido em português.
Alberto I do Mónaco foi parceiro dos cientistas e exploradores açorianos do seu tempo, tendo colocado a Região no centro das atenções internacionais do emergente desenvolvimento das ciências dos oceanos e da meteorologia, entre outras áreas de investigação.
No centenário da morte do Príncipe Alberto I do Mónaco, os Açores, a partir de Ponta
Delgada, assinalam as campanhas do príncipe explorador, “amigo dos oceanos, um
facto que orgulha Ponta Delgada”.
“É uma relação histórica que se perpetuou no século XX, e que se mantém viva no século XXI, não apenas por factos e por marcos alcançados no passado, mas, sobretudo, pela afinidade de posições com que esta Região se revê na causa de Sua Alteza Sereníssima pela proteção dos Oceanos e do Ambiente, a favor da mitigação das alterações climáticas, questão que, globalmente, a todos diz respeito”, sustentou o Presidente do Município.

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