PSD acusa governo de tentar “controlar” meios de comunicação social

O líder da bancada parlamentar do PSD/Açores, António Marinho, acusou esta quinta-feira o governo regional, de maioria socialista, de pretender “controlar” a informação nos órgãos de comunicação social do arquipélago através da utilização “escandalosa” da publicidade institucional.
“A disparidade na distribuição dos gastos em publicidade institucional é escandalosa”, afirmou António Marinho, numa declaração política perante o plenário da Assembleia Legislativa Regional, referindo-se a dados recentemente divulgados pelo executivo na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD.

O líder parlamentar do PSD/Açores criticou a “disparidade” de verbas gastas pelo executivo nos jornais e rádios do arquipélago, denunciando uma alegada “falta de transparência” na aplicação desse dinheiro.

Para António Marinho, a diferença de apoios “é tão gritante que apenas se pode concluir que existe um óbvio intuito de pressionar, de controlar aquilo que, em democracia, deve ser inequivocamente livre”.

Nesse sentido, considerou que os números divulgados pelo executivo demonstram que o governo regional procura “limitar a livre expressão das opiniões e a divulgação isenta das notícias”, frisando que se trata de uma “doença” de que também “padecem” os governos de José Sócrates.

Na resposta, André Bradford, secretário regional da Presidência, garantiu existir “total transparência” na colocação de publicidade institucional do governo açoriano nos órgãos de comunicação social das ilhas.

André Bradford considerou mesmo que não existe na região nenhum poder público que seja “mais transparente do que o Governo Regional” no que toca à publicidade institucional, recordando que também as autarquias açorianas gastam elevadas verbas nesta área, sem que o PSD se preocupe em contabilizá-las.

Por essa razão, o secretário regional da Presidência afirmou não compreender que o PSD critique as verbas gastas pelo governo no jornal gratuito Açores 9, que tem como colaboradores vários dirigentes social-democratas, entre os quais a líder regional do partido e o líder parlamentar.

“Se esse jornal serve para veicular as vossas palavras e as vossas mensagens políticas, porque é que não serve também para a publicidade institucional do Governo?”, questionou André Bradford.

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