Relatório de empresários americanos ficou “aquém do expectável”

O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Sandro Paim, considerou que as conclusões do grupo de empresários norte-americanos, que visitou a ilha Terceira para identificar oportunidades de investimento ficou “aquém do expectável”.
 

O jornal Público divulgou esta quarta-feira o relatório que o grupo de empresários norte-americanos do grupo Business Executives for National Security (BENS) entregou aos governos da República e dos Açores, na sequência de uma visita à ilha Terceira, onde está a Base das Lajes, em fevereiro.

Segundo o jornal, o relatório identifica como oportunidades de investimento a curto prazo a aposta em ‘call centers (centros de atendimento telefónico)’ e ‘data centers’, bem como a produção de vinho e flores, enquanto a longo prazo é aconselhado o investimento no registo de aeronaves e a transformação do Porto da Praia da Vitória num centro de tráfego de contentores de transporte marítimo, bem como o reforço da oferta turística.

Sandro Paim salientou que não teve acesso ao relatório, mas, com base no que é divulgado pela comunicação social, adiantou, que as conclusões do grupo de empresários ficam “bastante aquém daquilo que era expectável”.

Para o presidente da CCAH, os ‘call centers’ exigem mão-de-obra com “qualificação baixa”, para além de ser um setor “muito volátil”, acrescentando que “não empregam pessoas”.

Quanto à produção de vinho e flores, Sandro Paim realçou que o seu potencial já é conhecido nos Açores, alertando, contudo, para o facto da capacidade de produção ser “limitada”.

Também nas propostas sobre o posicionamento do turismo, em que é defendido um turismo recreativo, educativo e ecológico, o representante dos empresários das ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge não encontrou novidades, realçando que “é um trabalho que já está a ser desenvolvido pela região” e acrescentando que “uma campanha de publicidade nos Estados Unidos tem custos muito elevados”.

Sandro Paim disse ficar “expectante” quanto à segunda fase da intervenção do grupo de empresários norte-americanos, que depois de identificar as oportunidades de negócio deve procurar também “possíveis investidores” nos EUA.

A visita dos empresários do grupo BENS à ilha Terceira foi anunciada, na ocasião, pelo embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Allan Katz, como “o primeiro de um número de esforços” a realizar pela administração norte-americana no sentido de trabalharem em conjunto com o Governo português para minimizar os impactos negativos da redução do efetivo militar na Base das Lajes.

“Esperamos transformar uma situação que não nos agrada [redução do contingente militar norte-americano] em algo que ajude a crescer a economia e crie mais oportunidades para as pessoas da Terceira e dos Açores, em geral”, frisou, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, a 03 de fevereiro.

Os Estados Unidos vão reduzir a atual capacidade de apoios às aeronaves que utilizam a base a partir do final do verão de 2014, o que implica uma redução de mais de 400 militares e de meio milhar de familiares que residem na ilha, segundo o departamento da defesa norte-americano.

 

Lusa

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