Relvas sai do Governo

Miguel Relvas disse que a decisão de sair do Governo foi “tomada há semanas” por “vontade própria”.

O ministro dos Assuntos Parlamentares demissionário explicou hoje a sua saída do Governo numa declaração de oito minutos sem direito a perguntas na Presidência do Conselho de Ministros.

“Saio por vontade própria”, garantiu Miguel Relvas dizendo que já não sentia “condições anímicas” para continuar no Governo em que diz continuar a acreditar.

O agora ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares recusou fazer o balanço da sua passagem pelo Governo – “só a História, com distanciamento, julgará o desempenho de cada um”, disse – mas destacou os dossiers que controlou e de que se orgulha: a reforma do poder local, a remodelação da RTP e a iniciativa Impulso Jovem que, disse, já permitiu que dez mil jovens se candidatassem a estágios profissionais. Mas Relvas não deixou de destacar o papel que desempenhou na ascenção de Passos Coelho ao poder. “O caminho pessoal foi mais longo.

Aos dois anos de funções governativas, somam-se mais os três que os antecederam e em que acreditei e lutei por um novo líder para o PSD e posteriormente por um novo primeiro-ministro”, disse Miguel Relvas para quem “Passos Coelho é o líder que o país precisa”.

A polémica em torno da sua licenciatura, que poderá estar na base da sua saída do Governo, não mereceu qualquer referência na comunicação de despedida de Miguel Relvas do Governo.

 

Passos não diz quando participará esta exoneração e a consequente nomeação de um substituto, remetendo para momento oportuno. Não esclarece contudo se o assunto será discutido na reunião semanal desta tarde com Cavaco Silva.

“Em face desta situação, o Primeiro-Ministro proporá oportunamente ao Presidente da República a exoneração do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e a nomeação do seu substituto”. O que pressupõe a ideia de que Relvas só será substituído na coordenação política do Governo no momento em que houver uma remodelação mais profunda do Governo. Isto vai ao encontro do que Passos pediu ao primeiro-ministro para que a sua saída do Governo fosse demarcada de uma remodelação mais extensa do Executivo.

No comunicado, o primeiro-Ministro “enaltece a lealdade e a dedicação ao serviço público com que o ministro Miguel Relvas desempenhou as suas funções, bem como o seu valioso contributo para o cumprimento do Programa de Governo numa fase particularmente exigente para o País e para todos os portugueses”.

 

in Económico

 

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