Vukcevic disfarça exibição medíocre do Sporting

sporting-portugalO Sporting venceu em Alvalade a Naval 1º de Maio por 2-0, em jogo da Taça da Liga de futebol, mas realizou uma exibição medíocre, só disfarçada na segunda parte com a entrada decisiva de Vukcevic.
O nulo ao intervalo só surpreendeu quem não foi a Alvalade – e foram muito poucos – em função da falta de qualidade do futebol que se viu em campo e da incapacidade do Sporting em criar sequer lances passíveis de resultarem em golo.

Em 45 minutos, o melhor que o Sporting fez em termos ofensivos foi um remate à barra de Hélder Postiga (38), numa das poucas jogadas ligadas dos “leões” durante a primeira parte desta partida do Grupo D da terceira fase da competição.

A explicação é simples: lentidão em todas as fases de construção de jogo, tornando previsível o seu jogo ofensivo, falta de ligação entre sectores, de criatividade no ataque e de mudanças de velocidade.

A juntar a todas estas deficiências, a falta de inspiração individual dos homens mais adiantados do Sporting, em particular Liedson, cujo desacerto dá que pensar naquela que teria sido uma das piores exibições com a camisola “leonina” não fosse o excelente golo que marcou, e de Hélder Postiga, sobretudo pela falta de eficácia a finalizar em duas hipóteses de que desfrutou para resolver a partida.

O Sporting sentiu sempre grandes dificuldades de penetração, quer pelos flancos quer pelo “miolo”, em parte por mérito da organização defensiva da Naval, em parte pelas suas próprias limitações, apesar de se expor numa linha de quatro homens no desenvolvimento do seu jogo ofensivo.

Nos flancos, Yannick foi improdutivo face ao bloco baixo da Naval, pelas dificuldades que sente nos lances de 1×1 quando o espaço escasseia, enquanto do lado oposto não se entendeu a opção de Paulo Sérgio por dois laterais direitos de raiz frente a adversário tão débil como a equipa da Figueira da Foz.

Percebe-se a intenção de Paulo Sérgio equilibrar a equipa com João Pereira como médio direito, à frente de Abel, mas a fragilidade da Naval dispensava essas cautelas.

A jogar com dois pontas de lança – a Naval jogou com os dois centrais a marcar Postiga e Liedson, sem “rede” – era essencial para os “leões” criar jogo à linha para alimentar a dupla atacante na área, mas raramente o conseguiu.

Só na segunda parte é que o Sporting conseguiu chegar aos golos, muito por força de entrada de Vukcevic, que substituiu Abel aos 53 minutos, transmitindo aquilo que faltou aos leões até aí: capacidade de mudar de velocidade e acutilância pelos flancos.

De resto, o primeiro golo nasceria justamente dos pés de Vukcevic, na execução de um livre cometido sobre ele após uma incursão do montenegrino, cujo remate bateu em Carlitos e “traiu” Salin, contagiando a própria equipa, que se soltou finalmente e passou a imprimir mais velocidade e agressividade às acções ofensivas.

Com o mais difícil feito, o Sporting teve o seu melhor período de jogo, conseguindo finalmente imprimir alguma dinâmica ao seu jogo e até a inspiração que faltou a Liedson o tempo todo emergiu aos 72 minutos, através de um magnífico gesto técnico de que resultaria no segundo golo.

A perder, a Naval, que não se desmembrou enquanto esteve organizada defensivamente, revelou total incapacidade para estender o seu jogo à área do Sporting e justificou o último lugar que ocupa na tabela classificativa.

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