O Secretário Regional da Agricultura e Florestas reiterou hoje, em São Miguel, o desafio à indústria para que faça ajustamentos no preço do leite pago ao produtor, salientando que a evolução dos mercados criou condições para o efeito.
“O grande desafio que existe neste momento e a expectativa tem a ver com os mercados, com a valorização dos produtos lácteos e que, também as indústrias, façam um esforço no sentido de fazerem ajustamentos no preço do leite”, afirmou João Ponte, que falava à margem de uma visita a explorações agrícolas na freguesia dos Arrifes, concelho de Ponta Delgada.
João Ponte considerou importante que a produção seja compensada por aquilo que produz e pela qualidade, para que diminua o diferencial do preço do leite entre os Açores e o continente, que é de cerca de dois cêntimos por litro, e também em relação aos restantes países europeus.
“Entendemos que, com a evolução positiva registada nos mercados, há condições para haver um ajustamento no preço do leite”, afirmou João Ponte, sublinhando a importância dos produtores açorianos terem um aumento de rentabilidade.
No final desta visita a duas explorações agrícolas familiares, que salientou serem de referência pela aposta na qualidade, na genética dos animais e pela sua rentabilidade, o titular da pasta da Agricultura salientou ser essencial estar no terreno para ouvir os anseios, as dificuldades e os desafios dos agricultores.
“Isto é uma atividade nobre da política e faz parte das funções e das responsabilidades do Secretário Regional que tutela a agricultura. É isso que se espera também dos políticos”, afirmou João Ponte.
Relativamente ao POSEI, o governante clarificou que, até 2020, o envelope financeiro é de 70,4 milhões de euros, salientando que não é correto dizer que o setor agrícola perdeu oito milhões de euros, nem pode ficar na opinião pública a ideia de que este valor foi gasto noutras áreas da governação.
“Na verdade, produziu-se mais do que eram as unidades de referência em relação à dotação do POSEI. No final, como a ajuda é dada em função da produção, os produtores vão receber menos por unidade de produção”, explicou João Ponte, acrescentando que os rateios sempre existiram.
O Secretário Regional adiantou que, este ano, a novidade nos rateios está no prémio ao abate, algo que surgiu porque houve um aumento da produção de animais para abate e exportação “muito considerável”.
“De acordo com as nossas estimativas, estamos a falar entre 8 a 20 milhões de euros de rendimento para os agricultores por força desses abates que aconteceram. Isso mexe com a economia, pois foram, por exemplo, mais rações que se venderam”, afirmou.
Relativamente ao prémio à vaca leiteira, João Ponte, recordou que o compromisso do Governo Regional foi pagar 45 euros por animal, algo que foi cumprido em 2015 e 2016.
Quanto a 2017, assegurou que o Executivo está a acompanhar a evolução do mercado do preço do leite e, em devido tempo, vai decidir se aplica novamente essa ajuda adicional.
Açores 24Horas / Gacs