Maioria dos operários guineenses recusa-se a abandonar o Corvo

A maioria dos operários guineenses retidos na ilha do Corvo, Açores, recusa-se a regressar a Lisboa enquanto não receber os vencimentos em atraso relativos a Novembro e Dezembro passados, revelou o proprietário da empresa para a qual trabalham.
Segundo Honório Biágue, apenas quatro trabalhadores (três guineenses e um ucraniano) aceitaram a oferta de dinheiro por parte dos serviços de Acção Social dos Açores para regressar a Lisboa ou aos países de origem.

“Dois aceitarem o dinheiro para regressar aos países de origem, os outros dois para regressar a Lisboa”, explicou o empresário de construção civil, acrescentando que os restantes preferem aguardar na ilha até receberem os vencimentos em atraso por parte do empreiteiro principal, a empresa Castanheira e Soares.

Enquanto isso, os operários vão continuar a dormir e a comer nas instalações da Castanheira e Soares, embora Honório Biágue desconheça, nesta altura, quem é que está a pagar as refeições na cantina, uma vez que deixou de suportar essas despesas a 31 de Janeiro.

“Enquanto a Castanheira e Soares não me pagar, eu não tenho como pagar os meus homens”, desabafou o empresário guineense, que está envolvido em quatro obras na ilha do Corvo, em regime de subempreitadas – duas da responsabilidade da câmara, duas do Governo Regional.

A empresa Castanheira e Soares já avançou, entretanto, com um pedido de insolvência no Tribunal de Santa Cruz das Flores, por falta de liquidez, alegando “falta de pagamento por parte de entidades adjudicatárias”, a “contração do mercado” e cortes na concessão de crédito por parte da banca.

 
 
Lusa
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