
Nos estudos que realizou em parceria com Arjun S. Bedi, o investigador verificou que “nos anos 70 há um abrandamento da redução da taxa de trabalho infantil com o surgimento de muitas pequenas empresas de cariz familiar”, nomeadamente ligadas aos sectores têxtil e do calçado.
Essas empresas “tiveram uma viabilidade de curto prazo, porque tínhamos salários muito baixos comparativamente aos nossos parceiros europeus” e parte do trabalho “nem sequer era remunerado, porque realizado por familiares e filhos”, lembrou.
Com a abertura dos mercados, primeiro a Leste e agora à China, Portugal deixou “de ser competitivo e essas pessoas ficaram sem trabalho, nem forma de o encontrar, por falta de qualificações”.
“As crianças, que nessa altura trocaram a escola pelo trabalho, estão hoje em dia, na sua maioria, numa situação de pobreza”, resumiu.